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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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Morno, chameja ainda, sobre o abismo,<br />

– qual, depois de violento, estranho cataclismo,<br />

portentosa cratera – o sol tombado...<br />

E, doce, evocativo, embalsamado<br />

em perfume e silêncio, o crepúsculo pálido<br />

desce... desce, nostálgico, nimbando 59<br />

as montanhas azuis, na redondeza,<br />

de cinza, de solidão e de tristeza...<br />

O peregrino, harmonioso bando<br />

das aves passa, fugindo, no céu cálido.<br />

E erguem-se da terra, em litanias, 60 quantas<br />

vozes a Natureza acorda, universais:<br />

– almas contemplativas, panteístas, 61<br />

de pastores, de poetas e de artistas;<br />

almas de aves, de insetos; almas brutas<br />

de feras, nos desertos e nas grutas;<br />

almas rudimentaríssimas de plantas<br />

e almas inertes de cristais...<br />

Entrementes, fenece a tarde amena,<br />

meiga e branca. a flutuar em névoa, pelas<br />

várzeas...<br />

E a sombra vai, na abóbada serena<br />

do Céu, abrindo o olhar magoado das estrelas...<br />

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