14.04.2013 Views

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Federal da Região do Semi-Árido), sediada em Mossoró. É considerado<br />

um dos patronos do estabelecimento.<br />

6 José Jannini (Natal/RN, 18.05.1902-Rio de Janeiro/RJ, 28.07.1974).<br />

Poeta natalense, de família italiana, radicado no Rio de Janeiro no final da<br />

década de 1920. Radialista, compositor, jornalista e cantor, amigo de infância<br />

de OM. “Jin Kiang” era o pseudônimo com que assinava haicais<br />

(poemas japoneses curtos, compostos por três versos, o primeiro e o<br />

terceiro com sete sílabas e o segundo com cinco sílabas, sem rimas. Sua<br />

popularidade no Japão ocorreu no século XVII). Em 1926, na companhia<br />

de Damasceno Bezerra e OM, participou de inconseqüente noitada boêmia<br />

que marcaria, por toda a vida, o poeta da “Praieira”, fazendo-o perder<br />

o importante cargo de primeiro oficial da Secretaria-Geral do Governo<br />

Estadual, à época do titular José Augusto Bezerra de Medeiros. Escrevendo<br />

especificamente sobre Damasceno Bezerra, o subscritor destas notas<br />

publicou, na imprensa e na mídia eletrônica, crônica sobre o assunto:<br />

“UM IRMÃO DE QUEVEDO E DE BOCAGE. Conheci Damasceno<br />

Bezerra pouco antes da sua morte – eu, menino de calças curtas –, aí pela<br />

metade da década de 1940. Morava na Praia do Meio, quando ainda não<br />

existia a Avenida Circular, hoje Sílvio Pedroza, que a construiu (ou Café<br />

Filho?). Casas de alvenaria, ‘de veraneio’, somente aquelas, poucas, da<br />

Ponta do Morcego! Nada, ainda, de Praia dos Artistas. Fui, de bonde, com<br />

papai, descendo ali, no início da ladeira, hoje dita “do Sol”. Tuberculoso, as<br />

pernas feridentas, alto, magérrimo, cabeleira farta despenteada, enfiado<br />

num velho e roto calção de banho, cheio de cana, recebeu-nos com alegria<br />

na casinha de taipa modestíssima, de pescador, o chão batido. Vi quando<br />

meu pai, com discrição, quase chorando, passou-lhe, ainda na soleira<br />

da desconjuntada portinha, alguns trocados – que deviam ser muito poucos,<br />

‘para a feira’. Em 1926 (Cláudio Galvão sabe precisar), ele, <strong>Othoniel</strong><br />

<strong>Menezes</strong> e José Jannini, numa carraspana terrível, vieram do Alecrim ao<br />

Beco da Lama, para a saideira, atirando na iluminação pública – escândalo<br />

monumental! Papai perdeu o emprego supimpa de primeiro oficial da<br />

Secretaria do Governo (de José Augusto); ele, Damasceno, o de redator<br />

do A República; Jannini, a família deportou para o Rio, onde se deu bem.<br />

Era, o infeliz poeta, conversador admirável, pilhérico, fescenino! Nunca<br />

conseguiu dinheiro nem apoio oficial para publicar um livro de belos<br />

versos parnasianos, prefaciado por <strong>Othoniel</strong> e de nome belíssimo: Dias de<br />

sol! Antônio Damasceno Bezerra foi jornalista e poeta. Nasceu em Natal<br />

177

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!