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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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dipsômanos de gabinetes, defendendo os bons salários que mamavam nas<br />

tetas do Estado, ofendiam-no, longe dos ouvidos deste anotador, apelidando-o<br />

de "gagá"! Foram testemunhas desse infeliz desrespeito, entre<br />

outros, Newton Navarro, Ítalo José de Medeiros Pinheiro, Érico de Souza<br />

Hackradt. A maioria desses circunstantes – infelizmente, todos mortos -<br />

reagia à aleivosia cruel, cavilosa, sub-reptícia.<br />

Passaram-se muitos anos. A Editora Universitária, da UFRN, com o selo<br />

Nossa Editora, publicou, em 1983, um opúsculo: Memória Viva – Aluízio<br />

Alves, contendo a transcrição do áudio, de uma entrevista dada pelo político,<br />

no programa do mesmo nome, na Televisão Universitária, em 18 de<br />

julho de 1983 e exibido em 3 de setembro do mesmo ano. O abegão<br />

Aluízio estava sem mandato. Perdera, no ano anterior, para José Agripino<br />

Maia, a disputa pelo governo do Estado. Diante dos cinco entrevistadores<br />

– pelo menos quatro, eternos correligionários –, lá pelas tantas, indagado<br />

sobre a Revolta de 1935, deitou falação, convenhamos, bastante estranha:<br />

"Eu tenho uma imagem que não esqueci. Fui a primeira pessoa a entrar na<br />

República, depois da revolução, onde imprimiram o jornal, A Liberdade.<br />

Mas, o jornal, praticamente, não chegou a ser distribuído. Encontrei a<br />

edição do jornal quase toda lá, e foram recolhidos à polícia. Mas, eu entro<br />

no jornal e vejo que ali não tinha, ninguém, entro no gabinete do diretor,<br />

e entre o gabinete do diretor e as oficinas havia um espaço aberto, um<br />

terraço, onde encontro um morto. Encontrei aquela figura morta, ali.<br />

Olho, e está, morto. Logo, depois, chega Edgar Barbosa, chegam outras<br />

pessoas e promovem a remoção daquela pessoa, que não me lembro<br />

quem era e como morreu. Sei que não era funcionário de A República e<br />

estava ali morto."<br />

É preciso lembrar, agora, que o futuro dono da TV Cabugi, em que pese a<br />

sua reconhecida precocidade, tinha apenas 14 anos de idade, completados<br />

há uns três meses antes de novembro de 1935. Como diacho esse adolescente<br />

– de "olhos negros e graúdos" – conseguiu, e por que cargas d'água,<br />

penetrar nas instalações de A República, antes da polícia de Rafael Fernandes,<br />

precedendo, naquela balbúrdia pós-revolucionária, também o próprio<br />

diretor do órgão, Edgar Barbosa? E o defunto, o morto não identificado, o<br />

defunto sem nome?<br />

Vem, agora, a pergunta maior: seria, o presunto, desovado naquele terraço<br />

pela cabeça gandava do rapazelho, uma vítima dos que fizeram A Liberdade,<br />

entre eles <strong>Othoniel</strong> <strong>Menezes</strong>, responsável maior pela empreitada?<br />

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