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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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Tu esqueceste os ditosos<br />

domingos embalsamados,<br />

e os cantos apaixonados<br />

dos jangadeiros saudosos<br />

que, ao céu transparente e azul<br />

do estio nas tardes belas,<br />

passavam, molhando as velas,<br />

abertas ao vento sul!<br />

Tudo esqueceste, e mais nada<br />

resta em tua alma enganosa,<br />

dessa paixão desditosa,<br />

dessa ilusão desfolhada,<br />

que lembro todos os dias,<br />

pensativo, a cada instante,<br />

ó lavandisca 253 inconstante<br />

das areias alvadias!<br />

Talvez que esta alma não possa<br />

acreditar, nunca mais,<br />

nos teus beijos aromais,<br />

nos teus sorrisos de moça!<br />

Ai, meu doce malmequer,<br />

que me deixaste em janeiro<br />

– como tudo é passageiro<br />

no coração da mulher!<br />

Pena é não podermos transmitir, ao mesmo tempo a beleza, o<br />

amavio, a lânguida eloqüência tropical das duas solfas, ambas da<br />

autoria do grande violonista Eduardo Medeiros, e com as quais se<br />

popularizaram estas maravilhosas canções do Teócrito 254 potiguar.<br />

Ainda, na estrofe a seguir, respigada 255 de “Um marujo parte”<br />

(Harmonias do Norte, p. 165), firma-se em suas excepcionais,<br />

taumatúrgicas qualidades de expressão e transmissão, do estado<br />

de graça lírico:<br />

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