14.04.2013 Views

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

826<br />

fazendo análise crítica da obra de Itajubá, respingamos várias passagens<br />

confirmativas do que temos asseverado, páginas corridas,<br />

sobre ser, o Terra Natal, rico documentário da amena virtuosidade,<br />

mas, também, da extrema desenvoltura com que manejava o autor<br />

o idioma “em que Camões chorou, no exílio amargo, o gênio<br />

sem ventura e o amor sem brilho”. 240<br />

Dirá, por exemplo, ali, cingir a carne, para significar abraço;<br />

navio é lenho; à mãe, viúva, chama de roxa dália. Descreve o fastio,<br />

de que estava sofrendo, pela ausência de Branca:<br />

O mar é:<br />

...o trigo marujava na boca sanguinosa; o líquido<br />

amargava<br />

a esmeralda jogando os navios franzinos<br />

Esta é uma das suas visões do estio:<br />

Quando a terra se abria em dálias encarnadas,<br />

Exclama, recordando os plenilúnios:<br />

E o céu, que se estendia, além, sem nos tocar,<br />

fosse um manto de anil sobre marés de luar!<br />

Nossos crepúsculos sensacionais lhe inspiraram este quadro,<br />

digno da paleta de Ticiano: 241<br />

Maio,<br />

Entre ruínas te escrevo... A tarde pesarosa<br />

em sangue se desfaz... morre tuberculosa...<br />

róseo e festivo, outra vez nos voltava,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!