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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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tu inda crês que, na igreja,<br />

quem mora é Nosso Senhor!<br />

***<br />

Lá fora, fervilha o beco.<br />

É sequilho, 11 é doce-seco,<br />

filhós, bom-bocado, angu.<br />

Pr’uma toalha muito alva,<br />

atenta, a negra Rosalva<br />

tira alfenim, de um baú.<br />

De levado, furtou, Jóca,<br />

dez rosários de pipoca,<br />

e amufambou 12 no chapéu.<br />

Dá-lhe Zuza, u’a mofina: 13<br />

– “Lambão! 14 Tu hoje impanzina! 15<br />

“animal não vai p’ro céu!”–<br />

Bráh!... virou um tabuleiro...<br />

– “Ui! Cadê o arcoviteiro”? 16<br />

– T’aquí o fósco, rapaz!”–<br />

Mas, Tonho, a trinar de raiva,<br />

Diz, quase chorando, ao Paiva:<br />

– “Derramou-se todo o gás!”<br />

No patamar, seu Veríssimo<br />

bate no peito. É o Santíssimo. 17<br />

Repique. Rescende, o altar.<br />

Viva, a música sapeca 18<br />

uma polca de Tonhéca.<br />

Rompem cem fogos-do-ar.<br />

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