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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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À época da publicação, o poeta atravessava um momento onde<br />

qualquer ajuda financeira seria bem-vinda. Decidiu, entretanto,<br />

movido pelos princípios do espiritismo que adotara como diretriz,<br />

doar a renda de sua venda a uma instituição de caridade.<br />

Aqueles que possuem um exemplar da primeira edição do seu<br />

livro, decerto ainda têm, colado à parte interna da capa, um pequeno<br />

impresso:<br />

Esta primeira edição de Sertão de espinho e de flor é<br />

doada à União da Mocidade Espírita Norte-Rio-<br />

Grandense, como concurso do Autor à construção do<br />

Albergue Noturno de Natal, parte integrante do plano<br />

de assistência social Nosso Lar, a ser executado<br />

pela mesma agremiação.<br />

Há, no Sertão de espinho e de flor, entretanto, no âmago do Canto<br />

XV, algumas estrofes onde, ao invés de abordar o tema principal,<br />

o poeta abre o seu coração numa demonstração de mágoa e desencanto<br />

com a cidade por ele considerada como “madrasta<br />

mendaz”. É um momento de desabafo e manifestação do ressentimento<br />

que eclodiria, mais tarde, no seu auto-exílio no Rio de<br />

Janeiro, aonde viria a falecer, em 19 de abril de 1969.<br />

A sua mais legítima aspiração haveria de ser o reconhecimento<br />

de sua arte pelos seus conterrâneos. Nada mais queria, naquele<br />

momento.<br />

A glória a que aspiro – a única –<br />

e que há de ser minha túnica,<br />

mais sagrada que a de um rei,<br />

posse intangível, se planta<br />

na alma do povo – que canta<br />

as canções que lhe ensinei!<br />

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