14.04.2013 Views

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Prefácio à primeira edição<br />

Ecce... 1<br />

<strong>Othoniel</strong> <strong>Menezes</strong>, natalense, acompanhou o pai ao sertão e lá<br />

se fez rapaz. Ficou emocionalmente sertanejo. Todas as impressões<br />

subseqüentes foram impostas na primitiva chapa infantil, já<br />

cheia de imagens vivas, nítidas, secas, sugestivas, água-forte que se<br />

denuncia, olhada contra o sol, como um desenho de tinta simpática,<br />

inconfundível, atravessando a massa das anotações posteriores.<br />

Com seu primeiro livro, Gérmen, logo depois dos vinte anos, e<br />

Jardim tropical, antes dos trinta, <strong>Othoniel</strong>, tanto mais alto sobe à<br />

luminosidade do seu dia vital, mais se aproxima da paisagem inicial<br />

de sua infância, figuras e almas, quadros e evocações imperecíveis,<br />

como gravadas na pedra branca dos serrotes, onde espreitou a<br />

corrida macia dos mocós.<br />

Vivendo na cidade, como um exilado, incompreendido e<br />

incompreendendo, sozinho, arredio, orgulhoso na sua pobreza<br />

como Barbey d’Aurevilly 2 nas alturas de sua mansarda, <strong>Othoniel</strong><br />

ouviu o coração cantar a história velha da primeira emoção.<br />

Dizem que as conchas marinhas guardam nas curvas da voluta 3<br />

o rumor amplo de todas as vagas do mar alto. Herédia 4 falara a<br />

uma concha:<br />

147

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!