14.04.2013 Views

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

462<br />

teve a humildade de, nunca, confessar o pecado – o que teria evitado, no<br />

mínimo, a redação destas notas. Não se curvou, não se dobrou. Nunca<br />

deplorou essa falha, com <strong>Othoniel</strong> ou com ninguém.<br />

Entretanto, penitenciou-se pelo desaparecimento de outra "obra", esta<br />

de cunho político, certamente, para ele, muito mais substanciosa do que<br />

a de um poeta. Senão vejamos, ipsis litteris:" Deploro, mais uma vez, a<br />

minha desorganização pessoal: Marlene Otto, adversária ilustre que nos<br />

apoiou, colaborando com sugestões inteligentes, escreveu um livro sobre<br />

a campanha e me solicitou o prefácio, que eu faria com o maior prazer. Na<br />

Editora Nosso Tempo, que criamos para sobreviver, e a Tribuna, proibida de<br />

comprar papel no Nordeste, nos primeiros meses de nossa cassação, tivemos<br />

de procurar um meio de vida, após 24 anos de mandato de deputado<br />

federal. Terminamos perdendo o original. Tinha esperança de que ela tivesse<br />

guardado cópia. Não o fizera e, por minha culpa, a História do Rio<br />

Grande do Norte deixou de incorporar um documento minucioso e significativo<br />

daqueles quatro dias." (obra citada, p. 209-210).<br />

A <strong>Othoniel</strong> ele sequer pediu cópia. Mais valiam mexericos e arengas dos<br />

bastidores de campanhas políticas das "senadoras" mossoroenses que as<br />

magistrais sextilhas de um grande poeta sobre o sertão, envolvendo, nas<br />

"Notas", minuciosos estudos de sociologia, etnografia, folclore, psicologia,<br />

botânica, mitologia, geografia, história e antropologia.<br />

Em 1949, quatro anos depois da entrega dos originais, OM, ainda, coitado,<br />

"esperançoso", pediu a Antônio Pinto de Medeiros, seu admirador, que<br />

tinha uma coluna literária no A República, que procurasse ouvir o deputado.<br />

Eis o resultado, na coluna do autor do Um Poeta à Toa e Rio do Vento: "Deverá<br />

entrar em composição, neste mês de março, na Editora José Olympio, o<br />

livro de <strong>Othoniel</strong> <strong>Menezes</strong>, Sertão de espinho e de flor, prefaciado pelo<br />

eminente etnógrafo Câmara Cascudo e com desenhos de Luiz Jardim, um<br />

dos mais festejados ilustradores brasileiros, de fama internacional. Na próxima<br />

edição dominical, publicaremos alguns trechos do prefácio, uma<br />

linda página do mestre de Antologia do Folclore Brasileiro. Sertão de espinho e<br />

de flor, que é um poema septissilábico, em sextilhas, tem 16 Cantos, e fixa<br />

aspectos do panorama físico e social dos sertões nordestinos, especialmente<br />

do Seridó. A editar-se sob os auspícios da Biblioteca de História<br />

Norte-Rio-Grandense, associação cultural fundada há anos no Estado,<br />

por iniciativa do atual deputado Aluízio Alves, o livro de <strong>Othoniel</strong> <strong>Menezes</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!