14.04.2013 Views

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

talento de quem o revela – no caso Itajubá – a sobrepujar o léxico,<br />

chegando a se valer de um conceito de Álvaro Lins, “incontinência<br />

verbal”, com o qual justifica aspectos da poesia de Augusto<br />

Frederico Schmidt 15 <strong>Othoniel</strong> acaba por lamentar que o poeta de<br />

“Versos de abril” não conte “[...] com um instrumento de expressão<br />

à altura do seu extraordinário talento poético” o que o teria<br />

projetado “[...] no cenário nacional, dominado, literariamente,<br />

pelos perfeccionistas da geração de Bilac”. Na seqüência, comenta,<br />

desolado, que o mesmo Castriciano teria levado até Vicente de<br />

Carvalho alguns poemas de Itajubá, tendo o poeta santista falado<br />

mal dos alexandrinos do romântico natalense...<br />

Mas, é sem dúvida, no artigo, intitulado de forma dessacralizadora<br />

“Ele era o senhor do sábado”, em que estabelece uma<br />

analogia entre a poesia do alegre perdulário da existência – o poeta<br />

e cidadão Manoel Virgílio Ferreira, dito Itajubá – e os<br />

acontecimentos taumatúrgicos descritos por Mateus, onde fica<br />

clara e de modo definitivo, a admiração de <strong>Othoniel</strong> <strong>Menezes</strong> pelo<br />

poeta romântico. E se lemos numa camada mais profunda, as<br />

trajetórias e a poética de um e de outro, iremos detectar aquele<br />

desejo de impossível realização, aquela espécie de consciência da<br />

danação sisífica que perseguiu o autor de Jardim tropical. Considere<br />

o leitor os trechos seguintes:<br />

Cáspite! nenhum de nós outros, desde Lourival<br />

Açucena, irrequieto Anacreonte dos suaves convívios<br />

pelos numerosos caramanchéis do Barro Vermelho<br />

e da Passagem, nos princípios deste século, velho<br />

fauno latinista, canário e garnizé da cabocla<br />

Porangaba, até esse superestesiado, paradoxal,<br />

poliédrico Esmeraldo Siqueira, dispensando no batepapo<br />

dos “cafés” a joalharia de mil e uma noites de<br />

um estro celinesco e uma formidável cultura literá-<br />

37

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!