14.04.2013 Views

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

784<br />

Minha mãe*<br />

Vivo contraste mostra-me o destino,<br />

a minha dor de agora comparando<br />

a esse passado, todo de amores, quando<br />

brincava em teu colo, pequenino!<br />

Faz muito tempo, minha mãe querida,<br />

que os anjos te levaram para o céu,<br />

e sobre o lago azul de minha vida<br />

a saudade estendeu pesado véu!<br />

Um coração de mãe jamais repousa!<br />

– morta, embora–, ele pulsa pelo filho:<br />

sim! bem que o vejo palpitar no brilho<br />

das “perpétuas” em flor da tua lousa!<br />

Sei que voltas do céu, de quando em quando,<br />

pois, muitas noites, pálida e tristonho,<br />

vejo-te, oh santa, dentro de meu sonho,<br />

– o teu manto de estrelas arrastando...<br />

* Este poema foi publicado em A República, em 11.07.1923, e em Ara de<br />

fogo /Abysmos/Esparso. Musicado pela professora Maria Umbelina de Souza,<br />

foi cantado por Bernadete Manso, em 13 de maio de 1923, na primeira<br />

comemoração do Dia das Mães, em Natal, realizada na Escola Mista Augusto<br />

Leite, mantida pelo Centro Operário Natalense.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!