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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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tura de fumo-do-brejo e raspas de favela, para envenenar as poças<br />

e velhas cacimbas onde se dessedentam as pombas. Estas,<br />

estabelecidas, vão caindo às centenas e, dentro de algumas horas,<br />

os caçadores (ou tinguijadores) enchem sacos, de arribações, as<br />

quais, ainda palpitantes, vão logo arrancando o papo, a fim de<br />

evitar ao consumidor a ação do veneno. (Em relação a “tingui”,<br />

veja-se este verbete, em notas ao Canto 11).<br />

“Anônimas ainda na ciência – ignoradas dos sábios, conhecidas<br />

demais pelos tabaréus – talvez um futuro gênero cauterium das<br />

leguminosas”, ao tempo de Euclides (Os Sertões, página 41) – as<br />

faveleiras se encontram, de há muito, já cientificamente classificadas,<br />

através de, pelo menos, três a quatro denominações típicas,<br />

com as respectivas variedades: Cnidosculus phytacantus Mast., Pax e<br />

Hoffman, ver, rapandus, Pohl, Muell, Arg; espécies típicas da caatinga. A<br />

variedade típica do Seridó é o Cnidoscolus vitifolius.<br />

Do reputado químico, Jaime Santa Rosa, 52 técnico do Ministério<br />

do Trabalho, e consumado escritor, mereceu a faveleira completo,<br />

interessantíssimo estudo, em monografia publicada em 1943,<br />

sob o título de “Óleo de Favela – nova riqueza da região das secas”,<br />

e na qual, sob critério rigorosamente científico e experimental,<br />

demonstra a importância ecológica da espécie, como elemento<br />

de fixação do homem ao meio geográfico, conferindo-lhe mesmo<br />

a possibilidade de, nesse aspecto, rivalizar com a carnaubeira, a<br />

oiticica, o algodão, o caroá. Assim é que – acredita Jaime Santa<br />

Rosa – convenientemente tratada, a faveleira oferece campo de<br />

fascinantes perspectivas à industrialização, rendendo óleo comestível<br />

cujas características fisiológicas e químicas se revelaram, no<br />

laboratório e no ensaio alimentar, vantajosamente capazes de concorrer<br />

com os mais afamados similares em voga na cozinha nacional.<br />

O subproduto, já também conhecido e analisado, e resultante<br />

da extração do óleo das amêndoas, é uma torta rica em proteínas<br />

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