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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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ber um corte, trazendo-lhe de volta os problemas financeiros. Os<br />

filhos Laélio e Netinho (Hermilo Neto), trabalham e ajudam nas<br />

despesas e residem todos em modesta casa na rua Correia Teles. A<br />

saúde preocupa e os amigos e admiradores de Natal lançam campanha<br />

para ajudar o poeta. Em 1959 problemas administrativos<br />

(alguns alegaram perseguição pessoal), trazem-lhe uma redução<br />

em seus vencimentos. Muitos amigos e instituições culturais tentam<br />

ajudá-lo. O vereador Deoclécio Sérgio de Bulhões propõe e<br />

obtém, em novembro, na Câmara Municipal, a concessão de uma<br />

pensão no valor de cinco mil cruzeiros. O recebimento de ajudas<br />

constrangia o poeta. A caderneta de poemas continuava a envelhecer<br />

no fundo de uma gaveta. Ficaria para quando Deus desse<br />

bom tempo.<br />

Somente em 1959 consegue ser reclassificado no <strong>In</strong>stituto Nacional<br />

do Sal, melhora a situação econômica, recebe algum dinheiro<br />

atrasado e aposenta-se em 1960. Durante todo esse período<br />

de instabilidade pouco se sabe de sua poesia que, ao que tudo<br />

indica, não encontrava terreno fértil para reflorescer.<br />

Naquele ano, em Natal, ocorre o Primeiro Encontro Nacional<br />

de Escritores. Uma comissão visita o poeta. Impressionados com<br />

modéstia do ambiente em que vivia, contrastando com sua potencial<br />

riqueza intelectual, os escritores resolvem apelar para o Governo<br />

do Estado, no sentido de conseguir uma forma de ajudá-lo.<br />

Como resultado do apelo, um funcionário da Secretaria de Educação<br />

e Cultura acompanhou <strong>Othoniel</strong> até a farmácia Santa Lígia 6<br />

e comunicou ao proprietário que o Governo do Estado se responsabilizaria<br />

pelo pagamento de todos os remédios de que necessitasse.<br />

Satisfeito, <strong>Othoniel</strong> ainda chegou a adquirir alguns medicamentos<br />

até que, tempos depois, o proprietário da farmácia<br />

lhe disse que o governo nunca pagara nada do que fornecera.

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