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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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Prefácio da edição de 1918<br />

Mais de uma vez interrompi a leitura do Gérmen, arrastado por<br />

vários pensamentos sobre a missão dos nossos poetas nesta hora<br />

de crise universal, em que a alma brasileira, sentindo o esplendor<br />

do mundo que se está formando sobre os destroços da Grande<br />

Guerra, tateia hesitante, sem norte e sem guias espirituais.<br />

Censuram, geralmente, os políticos pelo que fazem e pelo que<br />

não fazem. A inércia ou a desorientação dos homens de letras –<br />

jornalistas, sociólogos, romancistas, poetas – representa falta bem<br />

maior numa coletividade como a nossa, em que vão desaparecendo<br />

todas as conquistas morais dos antepassados e mal se divisam,<br />

na sombra crepuscular em que se afogam, vinte e cinco milhões<br />

de destinos humanos.<br />

Dentro da natureza tropical, murmuremos com outros, onde<br />

tudo é viço e esperança, só o homem não tem saúde e alegria...<br />

Assim pensava eu, de quando em quando, ao ler e reler as páginas<br />

deste formoso livro.<br />

O leitor encontrará no Gérmen uma esplêndida vocação poética.<br />

Tudo nele denota elegância, clareza, distinção. Mas receio que<br />

o poeta, à semelhança de tantos, esmoreça em meio do caminho.<br />

Este coração que pulsa forte e diz o que sente em belíssimos<br />

cânticos, talvez venha a enfraquecer quando não se chamar adoração<br />

o amor que o ilumina agora:<br />

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