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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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488<br />

Começou a ladainha...<br />

Pálida, a Excelsa Rainha<br />

é toda luz, no altar-mor.<br />

Do bogari, cravo branco,<br />

o enfeite geral (Ser franco:<br />

o Céu não terá melhor!)<br />

Numa arcada – a última –, sonso,<br />

pingando oriza, 6 Ildefonso<br />

faz cera 7 mais Izabel.<br />

A tia, embora não ouça,<br />

rosna, fanhosa, pra moça:<br />

–”Tem modo! Isto é lá papel?!”–<br />

Furando, a custo, o vestíbulo,<br />

o croinha, 8 com o turíbulo,<br />

lá vai, a brasa buscar...<br />

...e é brasa de catingueira! 9<br />

– como estala, como cheira,<br />

viva, assim, a balançar!<br />

(Uma andorinha anda, tonta,<br />

rente ao forro, ponta a ponta,<br />

bate o peito no vitral.<br />

– Imagem da Alma... – Criatura!<br />

Não é que, então, a essa altura,<br />

já eras sentimental?).<br />

Enfim, um fervor imenso.<br />

Casto, o perfume do incenso<br />

tudo envolve, no langor. 10<br />

Doce ovelha sertaneja!

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