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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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encontrando mais, puniu administrativamente pelos menos três deles,<br />

apontados por Aluízio – o que lhe acarretou inimizades para o resto da<br />

vida. Pelo menos dois desses funcionários – suspeitos, também, pelo<br />

desvio de chumbo das linotipos do jornal –, em 1936, vingar-se-iam de<br />

OM, testemunhando no processo do Tribunal de Segurança que o condenou<br />

pela redação do jornal da Revolta de 35 – A Liberdade. Um deles<br />

chegou ao cúmulo de declarar, nos autos, que <strong>Othoniel</strong> fora visto, "na Av.<br />

Tavares de Lyra, fardado de capitão, dirigindo o fogo!"<br />

Como ver-se-á, daqui por diante, pari passu, não começara bem – para o<br />

poeta, sublinhe-se! – a "amizade" com o então perrepista júnior, aprendiz<br />

de política.<br />

Nos primeiros anos da década de 40, o futuro oligarca, com pouco mais<br />

de 20 anos, inteligentíssimo e pobre, sempre metido nas lides partidárias,<br />

chefiava o Serviço Estadual de Reeducação e Assistência Social (SERAS),<br />

órgão mantenedor do Abrigo Melo Matos, destinado ao amparo de menores<br />

abandonados (localizado na vizinhança do Estádio Juvenal Lamartine,<br />

no Tirol). Procurou <strong>Othoniel</strong> – a quem visitava, regularmente, e que,<br />

nessa quadra, trabalhava com os americanos, em "Parnamirim Field" –,<br />

para, sem nenhuma remuneração, nos dias de sábados e domingos, ajudar<br />

na formação intelectual dos educandos, fazendo palestras. Atendendo,<br />

prazerosamente, à convocação, um dos adolescentes internados, entre<br />

muitos, chamou a atenção de OM pela inteligência e pelo comportamento<br />

correto. Era Benedito Maia, um jovem paraibano, filho de gente importante<br />

do vizinho Estado, abandonado ao "Deus dará", em terra estranha.<br />

Benedito, com a autorização do próprio Aluízio, passava os finais de semana<br />

na residência do poeta, a quem se afeiçoara, agradecido. Anos depois, na<br />

sua terra, seria jornalista importante, escritor, autor de muitos livros.<br />

Desde 1938, quando morava e estudava no Ceará – para onde foi mandado<br />

pelo pai, praticamente expulso tanto do Atheneu quanto do Colégio<br />

Marista, "por politicagem", segundo um professor, irmão marista (Aluízio<br />

Alves, p. 2-3 do livro O que eu não esqueci – Reminiscências Políticas, 2001,<br />

Editora Léo Christiano Editorial Ltda.) –, o futuro governador havia fundado,<br />

juntamente com José Augusto, em Fortaleza, uma Biblioteca de<br />

História Norte-Rio-Grandense.<br />

Na 2ª. edição de Angicos, publicada em 1977, pela Fundação José Augusto,<br />

Aluízio dá conta da linha de editoração do projeto, dando ênfase muito

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