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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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<strong>Othoniel</strong> <strong>Menezes</strong> (1895-1969), cognominado “príncipe dos<br />

poetas norte-rio-grandenses”, autor de meia dúzia de livros de<br />

poemas, a maioria de sonetos, imortalizou-se, entretanto, pela<br />

canção que se popularizou com o nome de “Praieira” ou “Serenata<br />

do pescador”, musicada por Eduardo Medeiros, um músico autodidata<br />

que não ficou esquecido graças a essa “pérola do amor” que<br />

é o poema de <strong>Othoniel</strong>.<br />

<strong>Othoniel</strong> viveu uma vida nômade a partir de tenra idade, sendo<br />

vítima de infortúnios mais de que de aventuras.<br />

Menino, teve de se deslocar da terra natal para o sertão<br />

seridoense feito carga em lombo de animal, fazendo uma retirada<br />

ao inverso, num comboio de burros, quase imitando a fuga de<br />

Jesus para o Egito, para salvar-se. Sofrera, ainda no ventre materno,<br />

os efeitos da bexiga contraída por sua mãe na gravidez e foi<br />

acometido de varíola com menos de dois anos de idade. Foi servidor<br />

público mal remunerado, carregou uma velhice de pobreza<br />

até o extremo de precisar da ajuda de amigos e do Lions Clube de<br />

Natal, quando residia, quase esquecido e doente, à rua Correia<br />

Teles, Cidade Alta, em Natal, onde nos idos da década de 1950,<br />

como repórter de A República, fui entrevistá-lo por conta da repercussão<br />

de suas necessidades para sobreviver, denunciadas na<br />

Assembléia Legislativa pelo então deputado Túlio Fernandes. 3<br />

Foi a partir desse momento que conheci o <strong>Othoniel</strong> <strong>Menezes</strong><br />

amargurado, que fora amigo do meu pai – João Celso Filho 4 – em<br />

Assu, quando ali esteve à frente da Mesa de Rendas Estaduais.<br />

<strong>Othoniel</strong> contou, na entrevista, que o seu livro Sertão de espinho<br />

e de flor, premiado com a publicação por força de uma Lei Estadual 5<br />

há cerca de doze anos, só fora editado pelos esforços e boa vontade<br />

do diretor da Imprensa Oficial, e também poeta Antônio Pinto de<br />

Medeiros, mas censurava muito a qualidade do papel em que foi<br />

impresso – papel jornal.<br />

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