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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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A serenata do mar<br />

Sobre o tristor 9 do dia findo<br />

por trás dos morros, num céu lindo,<br />

saudosamente, a lua cheia<br />

vem, fantasmática, 10 surgindo...<br />

Beija os coqueiros... vai subindo...<br />

as amplidões banha e clareia!<br />

O mar, que tem à lua branca<br />

amor antigo e singular,<br />

põe-se a cantar, põe-se a chorar.<br />

Do peito azul, magoado, arranca<br />

lamentações... à lua branca<br />

tenta subir – para noivar...<br />

Serenamente, altiva e nua,<br />

deusa intangível, resplandece,<br />

brilha nas ondas; continua<br />

subindo, a lua. Empalidece...<br />

– E a voz do mar lembra uma prece<br />

de dor suprema, erguida à lua,,,<br />

Ai! quem lhe dera esses desejos<br />

à virgem pálida contar!<br />

e, em turbilhões de espuma e beijos,<br />

– das ardentias 11 aos lampejos,<br />

nos braços verdes a embalar!<br />

nos seus palácios a abismar!<br />

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