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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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<strong>Othoniel</strong> – que evitava falar sobre A Liberdade, pois perdera a própria por<br />

um bom período e se tornara "maldito" na terra em que nasceu –, mesmo<br />

em casa, quando se tocava no assunto, em tempo algum, fez alusão à<br />

misteriosa e inidentificada "vítima". Tampouco, até nossos dias, a literatura<br />

sobre a Revolta jamais registrou o fato, inclusive brazilianists de renome.<br />

O autor destas linhas – que, tempestivamente, publicou uma nota na<br />

imprensa local sobre o assunto –, preocupado com a afirmação do entrevistado,<br />

cuidou de ouvir, em Natal, por ocasião de seminário realizado<br />

sobre o levante, organizado pela Fundação José Augusto, em 2005, o exgráfico<br />

mossoroense e último remanescente da jornada, Francisco Meneleu<br />

dos Santos (falecido aos 90 anos, em 2008). O lendário Meneleu negou,<br />

veementemente, a fantasiosa e inconseqüente afirmação do ex-governador<br />

do Estado. Nas proximidades do casarão do jornal A República, na rua<br />

São Tomé, houvera, sim, um tiroteio, refrega rápida, entre soldados da<br />

polícia e revoltosos, mas no primeiro dia da chamada <strong>In</strong>tentona, 23 de<br />

novembro, não havendo mortes. Apenas o cabo Giocondo Dias, um dos<br />

comandantes revolucionários, saiu ferido do recontro, levando três tiros.<br />

<strong>Othoniel</strong> <strong>Menezes</strong> e seus herdeiros, por outro lado, nunca deram maior<br />

atenção, nunca consideraram verídica uma versão aventuresca da participação<br />

do futuro dono da Ducal na "Revolução Comunista". A estória era<br />

contada, a princípio, abertamente, durante muitos anos, pelo líder comunista<br />

Pretextato José da Cruz, falecido, em 2008, aos 85 anos. Na velhice,<br />

o ex-estivador e sindicalista cassado em 1964, stalinista histórico, repetia,<br />

e dava notícia – apenas em off, não se sabe porque a mudança – de singular<br />

e curioso acontecimento: no primeiro dia da revolução, Luís Maranhão<br />

Filho – o saudoso jornalista e professor "subversivo", barbaramente assassinado<br />

pela "Redentora" – e Aluízio Alves (ambos com 14 anos) "passaram<br />

a noite de 23 para 24 de novembro de 1935 carregando latas d'água,<br />

subindo escadas, para refrigeração de uma metralhadora dos rebeldes,<br />

assestada, no telhado de uma casa, em direção ao Quartel da Polícia."<br />

Estória ou história? Pretextato, em 1935, tinha apenas 12 anos. <strong>In</strong>venção<br />

de adolescente – parece –, a empresa "revolucionária" dos dois frangotes.<br />

Aluízio, pelo que se sabe, nunca tocou no assunto...<br />

Na madrugada agitada, de intenso tiroteio, a bala comendo no meio do<br />

mundo, morando entre os dois quartéis das tropas em combate, na "terra<br />

de ninguém", Aluízio Alves apenas disse, na entrevista à TV, que "as balas

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