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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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O algodoal cedo se agita.<br />

Rendeiras, 4 gastando 5 chita,<br />

catam maçã por maçã.<br />

(Linda, aquela! Mas, tão pobre,<br />

que a blusa, rota, descobre<br />

duas vingas 6 de romã...).<br />

Cismando heróicas lembranças,<br />

rodam sarilhos 7 de lanças,<br />

em atitudes marciais<br />

– pendões, de grimpas curvadas,<br />

com agulhetas douradas –,<br />

falanges de gravatás.<br />

Nem-ên... nem-ên... Quanto choro!<br />

Para que tamanho agouro,<br />

anum preto? Sai, ticum! 8<br />

Por que não cantas direito?<br />

Muita gente tem teu jeito:<br />

– caninga, até em jejum! 9<br />

O sol, todo o ouro fundindo<br />

no tamis 10 do tamarindo,<br />

rendilha o chão fresco e nu,<br />

morde a perna chocolate<br />

da lavadeira, que bate<br />

na tábua do cumaru.<br />

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