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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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Variações sobre um conceito de Álvaro Lins<br />

Amplamente, podemos aplicar à poesia de Ferreira Itajubá –<br />

uma poesia toda realizada dentro dos domínios da sensibilidade (e<br />

por isso é que ele foi um romântico, um moderno, em pleno<br />

parnasianismo, no classicismo a que estavam os demais contemporâneos,<br />

filiados de casca e nó) – o conceito que, a propósito da<br />

obra poética do Sr. Augusto Frederico Schmidt, 207 expendeu Álvaro<br />

Lins, 208 na 1ª série do seu reputado Jornal de Crítica:<br />

Esta sensação de vida e de mistério não se revela só<br />

na substância poética, mas na forma em que se exprime...<br />

Será inevitável, então, a sua incontinência<br />

verbal, e a ânsia com que multiplica as palavras para<br />

que transmitam os sentimentos e as idéias. Mesmo<br />

assim, ainda será preciso que adivinhemos o que está<br />

para além das palavras. É que em todo verdadeiro<br />

poema [continua o límpido analista da História Literária<br />

de Eça de Queirós] há de ser notada uma certa<br />

imprecisão de palavras. Esta impressão é visível nos<br />

mais belos e poderosos poemas de Baudelaire. André<br />

Gide lembra que também será notada no mais clássico<br />

de todos os franceses, Racine; e Verlaine fazia<br />

dela uma condição mesma da realidade poética. É<br />

que, em certos casos [conclui o crítico] a palavra pode<br />

não ter o que chamamos prosaicamente “propriedade”,<br />

mas terá o que se chama, poeticamente,<br />

‘superpropriedade’.<br />

Eis aqui o termo que define, à maravilha, a poética itajubalina.<br />

Ela impõe, logo ao primeiro contato, a procura desse “super-sentido”,<br />

não apenas nos versos, mas nas palavras com que são<br />

construídos, se quisermos compreender, não o poeta em si, o<br />

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