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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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passavam por perto, nós ouvíamos a noite toda, deitados em casa." Nada<br />

de lata d'água na cabeça, pois, pois...!<br />

Quinze anos depois, editada em abril de 1998, pela Edufrn, a editora da<br />

UFRN, novamente aparece na praça, dividida, desta feita, em duas partes,<br />

a plaquete Memória Viva – Aluízio Alves. Na página 11 da Primeira Parte do<br />

volume, no rodapé, está o seguinte registro: "Íntegra do programa gravado<br />

na TV Universitária, Natal/RN, em 18 de julho de 1983, e exibido em<br />

3 de setembro do mesmo ano."<br />

Estranhamente, logo no frontispício da publicação, outra anotação desmente,<br />

por completo, àquela afirmação. Ei-la, in verbis: "2ª. edição revisada<br />

e ampliada pelo autor". Este segundo registro, uma clara contrafação,<br />

compromete a publicação anterior – a 1ª. edição – e, por extensão, atinge<br />

a todos os membros da cúpula universitária e do Conselho Editorial da<br />

UFRN da época, chanceladores do volume, solenemente nominados,<br />

todos, à exaustão, nos créditos, às fls. 4 dessa 2ª. edição. O texto, pelo que<br />

se denota, não é correspondente à gravação do áudio do primeiro programa,<br />

tampouco igual ao texto supostamente transcrito. O que houve?<br />

A transcrição dessa Primeira Parte da 2ª. edição, que devia ser cópia exata,<br />

reprodução fiel, rigorosa e imexível do áudio, foi, sem sombra de dúvida,<br />

no caso, visivelmente alterada pelo entrevistado Aluízio Alves – ou por<br />

alguém sob ordem deste – quando, na primeira edição, de 1983, referiuse<br />

à "visita" às dependências do jornal A República, no dia 27 de novembro<br />

de 1935. Foram acrescentadas, adicionadas, três linhas – redundando, a<br />

tropelia, numa cascata monumental. O remendo foi muito pior do que o<br />

"soneto" anterior (a estória do "defunto"):<br />

"[...] Antes da polícia chegar fui à sala de revisão. Verifiquei que os originais<br />

eram quase todos da autoria do poeta <strong>Othoniel</strong> <strong>Menezes</strong>. Escondi-os, e<br />

depois fui à sua casa levá-los de presente. Nada sofreu por isso."<br />

Com muito jeito e agrado, seria até plausível supor que, na ocasião, o ativo<br />

e desembaraçado secretário mirim de José Augusto e aprendiz de jornalista<br />

de Eloy de Souza, o futuro manda-chuva da Tribuna do Norte – antes<br />

mesmo da polícia e do diretor Edgar Barbosa chegarem às dependências<br />

do jornal oficial –, matreiramente, numa feliz incursão à sala de revisão,<br />

tivesse, muito expedito, se apropriado dos comprometedores rascunhos<br />

"comunistas" do poeta da "Praieira". Vá lá, vá lá!<br />

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