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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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deira, de um Jorge de Lima 5 (com Essa negra Fulô), do poeta de<br />

Rosa do Povo? 6<br />

Prescindindo, preliminarmente, da consideração de “estilo”,<br />

que, a rigor, não existe na obra de qualquer desses corifeus, 7 ela<br />

constitui, não há negar, persuasivo convite a esperanças otimistas,<br />

da parte de nós outros, devotos de Flaubert, 8 de France, 9 de<br />

Baudelaire 10 (tão citado pelo Sr. Álvaro Lins), de Eça de Queiroz, 11<br />

retardatários que ainda nos preocupamos com a cor, com a música,<br />

com a alma, com a magia que é a substância sobrenatural das<br />

palavras Le mot createur... (C’etait a Mégare, au mois du Nizam, dans les<br />

jardins d’Amilcar...).<br />

Ensina-nos, de resto, a História que, ao final das contas, antigos<br />

e modernos nos encontraremos, distribuído a cada qual, acima de<br />

métodos, fórmulas, doutrinas, escolas, partidos, de galardão intelectualmente<br />

reservado, pela posteridade – e é esta quem diz a<br />

última palavra – a quem quer que trabalhe com sinceridade e com<br />

fé, para construir aquele mundo, a que se referia D’Annunzio, 12<br />

“perpetuamente a crescer em força e beleza, dádiva dos que receberam<br />

do destino a generosa tarefa de pensar.”<br />

Sustentar sua posição, enquanto na consciência de que somente<br />

ela corresponde ao seu conceito individual dessa tarefa, eis a<br />

única atitude digna do que razoavelmente se permite presumir de<br />

“caniço pensante” 13 . Nesta tese, cremos que esteja simpaticamente<br />

explicada e justificada a ação “modernista”. E a nossa, aliás.<br />

Confirmamos, assim, bem ou mal, dentro do plano literário<br />

em que luta, sonha e constrói a nossa geração, da qual é radioso<br />

expoente Luis da Câmara Cascudo. Este, persistiu galhardamente<br />

fiel às inspirações da sua formação artística, um largo, profundo e<br />

cordial ecletismo literário, sem vigílias sobre Antônio Albalat, 14<br />

patacoadas 15 de Camilo, 16 casmurrices de Cândido de Figueiredo. 17<br />

Um doce, sorridente, meio desencantado humanismo, através de

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