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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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Xiquexique: Cactus peruvianus. Descreve-o Euclides, à página 43<br />

de Os Sertões, ed. cit: “São variantes de proporções inferiores.<br />

Fracionando-se em ramos fervilhantes de espinhos, recursos e rasteiros,<br />

recamados de flores alvíssimas. Procuram os lugares ásperos<br />

e ardentes. São os vegetais clássicos dos areais queimosos. Aprazem-se<br />

no leito abrasante das lajes graníticas feridas pelos sóis”.<br />

Vegeta, abundantemente, nos tabuleiros e altos pedregosos do<br />

sertão, onde é considerado ótima forragem e tem constituído, até<br />

agora, no decorrer de todo o ciclo pastoril do Nordeste, salvação<br />

verdadeiramente providencial para os rebanhos. E para o próprio<br />

homem que, nas épocas de grandes misérias, devora-lhe o miolo<br />

mucilaginoso e indigesto. (Vejam-se as notas ao Canto 16, no verbete<br />

– “O xiquexique é o maná”)<br />

Tombador: Alto, cômoro pedregoso, contraforte serrano.<br />

Panasco: Pastinasca sylvestris, gramínea. Escreve Tavares de Lira, 41<br />

na sua excelente Corografia do Rio Grande do Norte, página 69:<br />

Nessa região, excepcional para a indústria pastoril,<br />

se encontram as melhores forragens do Rio Grande<br />

do Norte, especialmente o capim panasco, de um<br />

extraordinário poder nutritivo, e que, maduro e<br />

sedimentado, o sertanejo considera, em peso igual,<br />

mais nutritivo que o milho. Nasce, espontaneamente,<br />

com prodigiosa abundância, logo após as primeiras<br />

chuvas. Em junho, está completamente maduro<br />

oferecendo aos viajantes o delicioso espetáculo de<br />

extensíssima preamar de seda e ouro, ondulando ao<br />

vento, através de dilatados plainos dos tabuleiros e<br />

das encostas dos ‘tombadores’, cuja nudeza áspera<br />

reveste de musselina jalde, tapizando com uma paina<br />

móbil e fulgurante a imensa caatinga acesa no sol<br />

[...].

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