14.04.2013 Views

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

In pulverem38 - Othoniel Menezes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Othoniel</strong> <strong>Menezes</strong>:<br />

um parnasiano na terra Natal<br />

Do poeta natalense <strong>Othoniel</strong> <strong>Menezes</strong> pode-se dizer com segurança<br />

que foi, na boa feição parnasiana, um obcecado pela forma.<br />

Mas, tal afirmativa não dá conta da complexa posição que o<br />

poeta ocupa na literatura local. Porque, à boa maneira de Sísifo,<br />

personagem mitológica que teima em levar ao topo de uma montanha<br />

– até a eternidade – uma enorme pedra, que rolando de<br />

volta obriga-o a um eterno recomeço, assim também ele, adepto<br />

do formalismo que consagrou e revelou os excessos estilísticos de<br />

um Alberto de Oliveira, tentará, até o final da vida uma paradoxal<br />

aproximação com a simplicidade na criação poética. Detentor de<br />

forte personalidade, e de um indiscutível talento para a poesia,<br />

parecia disso ter, desde cedo, uma clara consciência. 1 Não é, aliás,<br />

difícil comprová-lo, a julgar pelo tom atrevido com que se dirige<br />

à própria Glória, já no soneto de abertura de Gérmen, livro de<br />

estréia, em 1918:<br />

Glória: para o teu seio enfim, levanto<br />

o condoreiro vôo do meu sonho. 2<br />

29

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!