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In pulverem38 - Othoniel Menezes

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Paraíba, em artigo para A União, diário oficial daquele Estado, em<br />

9 de agosto de 1941:<br />

A oiticica é uma árvore gigantesca que encontra seu<br />

habitat nas regiões semi-áridas do Nordeste brasileiro.<br />

Cresce nas gordas e fertilíssimas terras de aluvião que<br />

perlongam, em regra, todos os cursos da região. E<br />

destaca-se, majestosa, pelo porte agigantado, pela folhagem<br />

densa, pelo diâmetro do caule, pela sombra<br />

macia, agradabilíssima, sombra que é um lenitivo aos<br />

viajantes, em dias ensolarados. A oiticica era apenas<br />

uma árvore de sombra e ornamental, até há bem pouco<br />

tempo. Hoje é um dos vegetais de grande valor<br />

industrial, capaz por si só, de tornar uma zona economicamente<br />

independente. Isto, graças à fruta produzida<br />

em grande quantidade. A fruta contém cerca de<br />

sessenta por cento de um óleo semelhante ao do<br />

tungue, 45 cuja procura é enorme. A oiticica frutifica<br />

abundantemente. Árvores excepcionais, em anos excepcionais,<br />

chegam a produzir mil quilogramas de fruto.<br />

Um quilograma de fruta custa, presentemente, dois<br />

mil réis. Há oiticicas que podem dar, portanto, num<br />

ano, dois contos de réis! É um absurdo: mesmo quase<br />

se pensa que tal, só muito excepcionalmente ocorre.<br />

A procura de óleo fez com que surgissem, em poucos<br />

anos, em nosso país, dezoito fábricas de beneficiar<br />

oiticica. A fruta da oiticica deu ao Brasil, na última<br />

safra, cerca de cento e dez mil contos de réis.<br />

Essa dramática valorização da espécie 46 que, segundo o testemunho<br />

do interlocutor com a palavra na sextilha 34 do Canto 11,<br />

“só prestava pra malhada e cerca”, suscitou, em próspero município<br />

do oeste potiguar, 47 na vigência da última guerra mundial, um<br />

caso curiosíssimo. Certo varzeano, tipo acabado de Manoel

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