14.04.2013 Views

Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

eferentes apenas ao valor da diferença entre as operações de compra e venda entre diversos<br />

agentes que participem de mercados interligados; ou a postergação do depósito de cheques<br />

com assinaturas confiáveis, que passariam a funcionar como substitutos de moeda.<br />

E devido aos problemas acima apontados que a idéia do <strong>IU</strong>T enfrenta tantas<br />

resistências. Sendo assim, a alternativa de adotar um imposto sobre transações bancárias<br />

apenas em pequena escala e a título experimental parece uma melhor estratégia do que<br />

eliminar todos os impostos e adotar o <strong>IU</strong>T imediatamente, o que seria uma verdadeiro salto<br />

<strong>no</strong> escuro. Como recentemente foi lembrado pelo professor Vito Tanzi, a propósito de<br />

propostas similares surgidas em outros países, num seminário sobre políticas tributárias na<br />

América Latina promovido pela Cepal em Santiago (Chile), é preferível que as idéias<br />

revolucionárias sejam primeiro testadas em eco<strong>no</strong>mias sólidas e estáveis, nas quais o custo<br />

do fracasso não é tão grave, do que em eco<strong>no</strong>mias como as <strong>no</strong>ssas, já cheias de problemas e<br />

cansadas de frustrações.<br />

OS SETE PECADOS<br />

DO IMPOSTO ÚNICO<br />

<strong>Marcos</strong> <strong>Cintra</strong><br />

Folha de S. Paulo, 15/6/92<br />

Em artigo publicado n,a Folha <strong>no</strong> dia 22 de abril, Fábio Giambiagi discute a proposta do<br />

Imposto Único sobre Transações - <strong>IU</strong>T. O autor afirma preferir a implementação inicial do<br />

<strong>IU</strong>T em pequena escala, e apresenta para discussão sete problemas que o fazem adotar<br />

aquela atitude de cautela.<br />

Inicialmente, o autor questiona a eliminação de impostos de pouca sonegação - como<br />

sugere ser o caso do IR na fonte, do IRPJ das grandes empresas e do IPI sobre produtos de<br />

consumo de massa, de elevado valor unitário e/ou produzidos por poucas empresas.<br />

Eliminar tais impostos seria derrubar toda a casa só porque há infiltração (sonegação) em<br />

uma das salas, diz.<br />

Esta questão tem como fundamentação o princípio da produtividade dos impostos. Se<br />

produtivos, devem ser mantidos, sugere o autor. Ora, o <strong>IU</strong>T é mais produtivo do que os<br />

impostos que Giambiagi questiona extinguir, pois elimina de vez a evasão e a corrupção<br />

tributárias. Os impostos citados por ele não são imunes à evasão, ainda que tenham<br />

problemas me<strong>no</strong>s severos.<br />

Portanto, sob o aspecto da produtividade, o <strong>IU</strong>T é mais eficiente. Não há trade-offs.<br />

Trata-se de uma solução nitidamente Pareto-superior, neste aspecto, e portanto justifica-se<br />

sua implementação como imposto único.<br />

A segunda crítica se refere à eqüidade. Giambiagi defende a progressividade na<br />

arrecadação, além de <strong>no</strong>s gastos.<br />

132

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!