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Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

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Você deslocaria o ônus incidente sobre a pessoa jurídica para a sociedade em<br />

conjunto com a vantagem de elidir a distância entre três segmentos: as empresas<br />

organizadas do setor privado e assalariados, de um lado; o segmento governamental e das<br />

empresas estatais, de outro; e <strong>no</strong> terceiro segmento, a eco<strong>no</strong>mia informal. O drama do<br />

sistema fiscal é que apenas o primeiro segmento faz parte do universo de contribuintes. Os<br />

outros dois, que correspondem a dois terços desse universo, não pagam imposto. A<br />

simplificação elide essa distinção porque todos os três segmentos recorrem ao sistema<br />

bancário - e você vai repartir por todos, inclusive os profissionais liberais, a carga fiscal.<br />

A Argentina adotou o Imposto sobre Transações Bancárias e, ao que parece, não<br />

deu certo. A alíquota começou em 0,1 % e já está em 1,2%.<br />

A Argentina tem uma eco<strong>no</strong>mia monetizada e dolarizada em que é fácil escapar do<br />

sistema bancário porque o uso da moeda é uma tradição. O sistema argenti<strong>no</strong> previa<br />

alíquotas diferenciadas por setores, o que é um convite à sonegação, e previa isenções, o<br />

que é outra complicação. Você tem um jogo de empurra, uma série de setores pleiteando<br />

isenções. Não há similaridade entre o caso da Argentina e o brasileiro.<br />

Isso significa que os assalariados pagariam o <strong>no</strong>vo imposto além do Imposto de<br />

Renda?<br />

Ao contrário do mundo, onde se procura aliviar as empresas, a proposta do gover<strong>no</strong><br />

recai sobre elas. As empresas podem e tentam repassar, por meio dos preços, o imposto<br />

para as pessoas físicas. Assim, a tendência <strong>no</strong> mundo é de alcançar as pessoas físicas e não<br />

as jurídicas. Mas, também <strong>no</strong> caso das pessoas físicas, a proposta governamental está em<br />

sentido contrário. Até o mês passado, tínhamos 5,9 milhões de contribuintes. Com o<br />

reajuste da tabela, o número caiu para 3,9 milhões. Com a proposta governamental, ficamos<br />

com 1,2 milhão para uma PEA (População Eco<strong>no</strong>micamente Ativa) de 50 milhões de<br />

pessoas. Houve uma grande desoneração das faixas mais baixas, contemplando as faixas<br />

mais altas, apenas 35 mil contribuintes, com uma carga maior.<br />

Quais são os outros defeitos da reforma de emergência do gover<strong>no</strong>?<br />

Nós temos duas alíquotas e o gover<strong>no</strong> criou mais uma alíquota, o que é uma<br />

complicação, quando a tendência mundial é reduzir o número de alíquotas. No a<strong>no</strong> passado,<br />

houve aumento na arrecadação porque o gover<strong>no</strong> reduziu para duas alíquotas: 10% e 25%.<br />

Em 1991, com o Pla<strong>no</strong> Collor II, elimi<strong>no</strong>u-se a correção do BTN. O gover<strong>no</strong> quis usar a TR<br />

como indexador e os tribunais interpretaram isso como uma taxa de juros, que não podia ser<br />

utilizada. Com isto, o gover<strong>no</strong> deixou de arrecadar US$ 4 bilhões. Agora, o gover<strong>no</strong> quer<br />

US$ 12,5 bilhões - US$ 4,5 bilhões com a restauração da correção monetária; US$ 6,5<br />

bilhões com a antecipação do imposto das pessoas jurídicas e US$ 1,5 bilhão com a<br />

eliminação dos chamados salários indiretos.<br />

O imposto na fonte das pessoas físicas crescerá em cerca de US$ 80 milhões com<br />

a instituição da <strong>no</strong>va alíquota de 35%?<br />

Com a redução do universo fiscal e a criação de mais uma alíquota haverá uma perda<br />

de US$ 800 milhões. O gover<strong>no</strong> elevou muito o limite de isenção e com isso sacrificou a<br />

receita que quer obter através da pessoa jurídica. A baixa classe média sai beneficiada com<br />

a isenção. A classe média alta será punida e os contribuintes de alta renda serão muito<br />

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