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Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

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Já os valores das demais transações bancárias não são publicados, o que torna as<br />

estimativas passíveis de erros difíceis de ser identificados. Assim, o conhecimento dos<br />

dados do benchmark torna-se de fundamental importância para uma correta e isenta<br />

avaliação do potencial arrecadador do <strong>IU</strong>T. Nota-se, de fato, que as estimativas da KPMG e<br />

da MCM produziram subestimativas de 60%, e o autor, de 40%.<br />

As informações são altamente encorajadoras, pois demonstram que a arrecadação<br />

desejada de US$ 75 a US$ 80 bilhões poderá ser realizada com alíquota do <strong>IU</strong>T<br />

significativamente mais baixa do que a de 1% que temos tomado como base de referência.<br />

O tópico seguinte de discussão se prende aos custos bancários.<br />

É evidente que os bancos serão remunerados pelos serviços de arrecadação tributária<br />

que efetuarão. Mas o busílis da questão não se prende a isto, um tema que meia hora de<br />

negociação seria capaz de resolver. Afinal, o <strong>IU</strong>T implicaria custos praticamente nulos de<br />

arrecadação e de distribuição. Hoje, cada uma das dezenas de tributos implica uma guia de<br />

recolhimento, a conferência pelo caixa do banco, custos de espera (filas), digitação dos<br />

<strong>doc</strong>umentos <strong>no</strong> CPD dos bancos, processamento, microfilmagem, discriminação dos<br />

recebimentos por tipo de tributo, por tipo de destinação e por prazo de recolhimento ao<br />

gover<strong>no</strong>. "Enfim, um custo elevado comparativamente ao que seria o <strong>IU</strong>T: apenas um<br />

impulso eletrônico - sem emissão de papel e sem burocracia.<br />

Feitas estas observações, permanece um mistério as razões pelas quais, do ponto de<br />

vista do custo operacional, os bancos não deveriam prontificar-se a pagar o gover<strong>no</strong> para<br />

implantar o <strong>IU</strong>T, em vez de cobrarem. Quem sabe, o cerne do problema se prende ao float<br />

bancário. Porém, acredito que, feitas as contas e explicitando-se de forma transparente os<br />

custos e as vantagens que o <strong>IU</strong>T proporcionaria ao setor bancário, seria fácil chegar a um<br />

acordo que levaria em conta o legítimo interesse comercial dos bancos e os da sociedade.<br />

Neste sentido, chamaria a atenção para um esclarecedor artigo de presidente da<br />

Febraban publicado na Folha em 8/04/92, onde diz que o gover<strong>no</strong> "se apropria atualmente<br />

de 57,65% da taxa de juros real paga pelo tomador de empréstimos..." e que as despesas<br />

tributárias dos bancos comerciais em 1991 corresponde- ram "a 149,4% do lucro líquido,<br />

ou seja, os bancos serviram mais ao gover<strong>no</strong> como fonte de arrecadação do que seus<br />

acionistas...". O <strong>IU</strong>T corrigiria esta evidente distorção.<br />

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