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Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

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OSWALDO - A grande definição final vai ser dada pelo presidente da República.<br />

Porque, <strong>no</strong> fundo, reforma tributária é política, <strong>no</strong> sentido de que se está discriminando<br />

rendas e dizendo quem é que vai pagar a conta.<br />

EXAME - E quem vai pagar a conta?<br />

OSWALDO - Isso vai ser decidido pelo presidente da República e pelo Congresso.<br />

Ou seja, por aqueles que têm mandato popular. A parte técnica se incumbe apenas de<br />

compatibilizar as decisões políticas. Mas o gover<strong>no</strong> não está pensando em promover <strong>no</strong>vos<br />

aumentos de impostos.<br />

EXAME - O que pode ser feito, então, para resolver a situação de penúria dos<br />

cofres públicos?<br />

OSWALDO - Ainda é cedo para entrar <strong>no</strong> detalhe das propostas. Assumi <strong>no</strong> final de<br />

janeiro. Por enquanto as premissas são razoavelmente genéricas. Uma das hipóteses é tentar<br />

encontrar mecanismos para desonerar a pessoa jurídica, reduzir o número de impostos,<br />

simplificá-los e tentar aumentar o universo de contribuintes pessoas físicas. Deve-se<br />

avaliar, por exemplo, a lista das imunidades fiscais contidas na Constituição e as isenções<br />

previstas em lei, que deixaram de fora algumas fundações, certos juízes e atividades<br />

empresariais toca das por cultos religiosos.<br />

EXAME - Existem outras propostas na mesa?<br />

OSWALDO - O professor Mário Henrique Simonsen sugeriu, em artigo publicado<br />

em EXAME, que o buraco nas contas da Previdência seja financiado por uma elevação<br />

temporária na alíquota do ICMS, porque todo mundo pagaria. A Previdência funciona <strong>no</strong><br />

regime de caixa. O que entra hoje serve para pagar o benefício do dia seguinte. A conta,<br />

então, não fecha nunca.<br />

EXAME - A reforma estrutural da Previdência entra na reforma fiscal?<br />

OSWALDO - Não é bem assim. Elas estão sendo tratadas separadamente, mas há<br />

pontos de convergência. Por isso vamos ter reuniões com o pessoal do Ministério da<br />

Previdência, trocar informações e apresentar sugestões.<br />

EXAME - O que o senhor acha do atual sistema fiscal e tributário?<br />

OSWALDO - Ainda é fundamentalmente o sistema da reforma tributária de 1967. De<br />

uma forma ou de outra ele se mostrou i<strong>no</strong>perante, e o Estado começou a aumentar a sua<br />

massa de recursos através das contribuições sociais. Hoje, o orçamento da seguridade social<br />

é quase tão relevante quanto o da União. Houve um desbalanceamento nas proposições<br />

aprovadas na Constituição de 1988. A ênfase foi generosa do lado da despesa. Mas, talvez<br />

por falta de tempo, não houve uma arrumação compatível do lado da geração df} receita.<br />

De lá para cá, esse descompasso está ficando cada vez mais evidente. E o que provoca os<br />

problemas <strong>no</strong>s pagamentos dos hospitais e dos aposentados. Portanto, qualquer reforma que<br />

for apresentada, quer pelo Executivo, quer pelo Legislativo, tentará casar esses<br />

descompassos.<br />

EXAME - Há quem se pergunte: de que adianta o gover<strong>no</strong> tentar modernizar o<br />

sistema tributário, se a máquina da Receita Federal, que arrecada, está emperrada?<br />

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