Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra
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só alcança as empresas organizadas e os assalariados, o que corresponde a apenas um terço<br />
do universo de contribuintes". Assim, ficam de fora os segmentos governamental e da<br />
eco<strong>no</strong>mia informal, responsáveis por uma fatia de dois terços da eco<strong>no</strong>mia.<br />
Por este motivo, o deputado defende a criação do Imposto Único sobre Transações<br />
Bancárias, que substituiria os 58 tributos existentes <strong>no</strong> País - e diz que o BEM está<br />
propenso a fazer uma experiência com a instituição do Imposto sobre Transações<br />
Bancárias. Com a sua adoção, o País desativaria suas três máquinas arrecadadoras, que têm<br />
um custo correspondente a 3% do PIB (Produto Inter<strong>no</strong> Bruto) ou 0,5% a mais que a<br />
condição de um superávit de 2,5% para que se feche um acordo com o FMI (Fundo<br />
Monetário Internacional). O deputado critica a antecipação do Imposto de Renda das<br />
empresas, proposta pelo gover<strong>no</strong>, e a redução do número de contribuintes entre as pessoas<br />
físicas: "Entre os 50 milhões de população ativa, teremos apenas 1,2 milhão de<br />
contribuintes". Seguem os principais trechos da entrevista:<br />
Quais são as propostas do BEM em substituição à reforma tributária de<br />
emergência do gover<strong>no</strong>?<br />
A forte inclinação do BEM é por urna solução revolucionária tal como a proposta do<br />
eco<strong>no</strong>mista <strong>Marcos</strong> <strong>Cintra</strong> Cavalcanti de Albuquerque de criar o Imposto Único sobre<br />
Transações Bancárias. Há, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, condições para esse tipo de reforma por quatro<br />
motivos: 1) existe urna rebelião dos contribuintes pela ausência da contrapartida de serviços<br />
do gover<strong>no</strong>; 2) o sistema fiscal é estrutural- mente complexo, com 15 impostos básicos e<br />
mais de 20 taxas, com a agravante de que há três níveis de fisco e três níveis de corrupção<br />
(federal, estadual e municipal); 3) a eco<strong>no</strong>mia brasileira está praticamente desmonetizada,<br />
de sorte que um imposto sobre as transações por via do sistema bancário teria ampla área de<br />
cobertura; 4) o sistema bancário é surpreendentemente informatizado para um país<br />
subdesenvolvido.<br />
O senhor acredita na possibilidade de implantação do Imposto Único já?<br />
Não existe clima para isso. É forte o peso da tradição dos impostos tradicionais, há<br />
interesses consolidados na manutenção da presente burocracia fiscal e a i<strong>no</strong>vação desperta<br />
medo. Por isso, o BEM se contentaria com a experimentação desse imposto em caráter<br />
transitório como urna alternativa à proposta governa- mental de antecipação do Imposto de<br />
Renda das pessoas jurídicas a partir de 1992. Essa antecipação, acavalando duas<br />
arrecadações num só a<strong>no</strong>, representaria um esforço adicional de caixa de 66% para as<br />
empresas, coisa impensável numa conjuntura agudamente recessiva.<br />
A alíquota do Imposto sobre Transações Bancárias proposto pelo BEM seria de<br />
0,1 %?<br />
Ela seria extremamente baixa unicamente para gerar o montante de US$ 6,5 bilhões<br />
que o gover<strong>no</strong> pretende obter com a antecipação do Imposto de Renda sobre as pessoas<br />
jurídicas. Se o <strong>no</strong>vo imposto vingar, cor<strong>no</strong> instrumento eficiente e automático de<br />
arrecadação, seria o caso de transformá-lo em imposto realmente único e substitutivo de<br />
toda a complexa panóplia fiscal que atormenta o contribuinte.<br />
A única alteração seria sobre a pessoa jurídica?<br />
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