Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra
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REFORMA<br />
PRECISA SIMPLIFICAR<br />
TRIBUTAÇÃO<br />
Emerson Kapaz<br />
Diário do Comércio e Indústria, 17/6/92<br />
Há tempos, fui procurado pelos editores do jornal Momento Legislativo, publicado pela<br />
União Parlamentar Interestadual, com tiragem de 40 mil exemplares e distribuição para o<br />
Senado e Câmara dos Deputados. Queriam um artigo expressando meus pontos de vista<br />
sobre a reforma tributária. Por motivos obscuros, o artigo foi vetado e os jornalistas que o<br />
encomendaram perderam o emprego. Segundo eles, a publicação foi vetada a pedido da<br />
Fiesp. Dadas as circunstâncias e o interesse do tema, reproduzo aqui aquele texto,<br />
assegurando por meio da penetração do DCI uma repercussão ainda maior para essas teses.<br />
Não dá mais para esperar. Uma reforma tributária que diminua a carga e a quantidade<br />
de impostos, aumentando a arrecadação, deve ser implementada imediatamente. As<br />
empresas estão sufocadas pela elevada carga tributária, pelo ônus financeiro da complexa<br />
apuração. A população “compra” cada vez mais impostos embutidos <strong>no</strong>s preços dos<br />
produtos, reduzindo seu já minguado poder aquisitivo.<br />
Será muito difícil voltar a desenvolver o País sem primeiramente estabilizar a<br />
eco<strong>no</strong>mia. Boa parte da inflação é gerada pelo próprio gover<strong>no</strong>, ao não conseguir debelar o<br />
déficit fiscal e, em conseqüência, manter os juros altos para tornar seus títulos atrativos <strong>no</strong><br />
mercado.<br />
A política de juros altos pode até funcionar momentaneamente para frear a inflação.<br />
Mas sua persistência <strong>no</strong> tempo acaba acarretando as conseqüências que estamos<br />
presenciando: uma grave recessão, que diminuiu a arrecadação e empurra o gover<strong>no</strong> a<br />
buscar <strong>no</strong>vos recursos financeiros a fim de ir administrando suas dívidas, o que mantém os<br />
juros altos e provoca ainda mais recessão.<br />
Para quebrar esse perverso círculo vicioso é preciso implementar uma verdadeira<br />
reforma tributária. Não aquele arremedo de reforma promulgado <strong>no</strong> fim do a<strong>no</strong> passado,<br />
que acabou sendo um simples aumento de impostos por intermédio da criação da Ufir e da<br />
redução de prazos de recolhimento.<br />
Para implementar a reforma, é preciso simplificar a tributação, alargar a base de<br />
contribuintes e desestimular a sonegação. Isso pode ser feito de forma corajosa, através da<br />
implementação de um Imposto sobre Transações Financeiras (ITF).<br />
O ITF teria uma alíquota extremamente baixa, que poderia ser de 1 % para o pagador<br />
e 1% para o recebedor em qualquer transação financeira. Seria cobrado instantânea e<br />
automaticamente em qualquer transação efetuada nas instituições financeiras através de<br />
cheques ou cartões.<br />
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