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Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

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DC - Essa afirmação só existe em função de um grande desconhecimento da proposta.<br />

A proposta do <strong>IU</strong>T é extremamente justa socialmente, porque o imposto seria direto nas<br />

transações bancárias e indireto quando incidir sobre o produto. O imposto incidente sobre o<br />

produto dependerá do número de transações provocadas desde a sua elaboração até a sua<br />

venda ao consumidor final.<br />

Então, sobre o produto mais elaborado, que sofre um maior número de transações, vai<br />

incidir um imposto maior; e sobre o produto me<strong>no</strong>s elaborado, vai incidir um imposto<br />

me<strong>no</strong>r, porque ele sofre um número me<strong>no</strong>r de transações. Por exemplo, vamos raciocinar o<br />

que acontece com o leite, hoje: o leite hoje paga 28% de impostos, 17% de ICM, 3% de<br />

Funrural, 2% de Finsocial e 0,65% de PIS - só que como o PIS e o Finsocial se repetem <strong>no</strong><br />

mínimo três vezes, isso tudo somado dá aproximadamente 28% de imposto.<br />

Pelo sistema do <strong>IU</strong>T, quanto de imposto pagará o leite? Vamos ver quantas transações<br />

sofre o leite desde a sua produção até chegar ao consumidor: o leite sai da fazenda e vai<br />

para uma cooperativa - uma transação; da cooperativa, vai para um intermediário - duas<br />

transações; do intermediário, vai para a padaria - terceira transação; da padaria, vai para o<br />

consumidor - é a quarta transação. Como em cada transação incide 2% de imposto (1% na<br />

conta credora e 1 % na conta devedora), o leite vai pagar 8% de imposto - um valor<br />

substancialmente inferior aos 28% que ele paga hoje. Esse exemplo é válido para vários<br />

outros produtos agropecuários.<br />

Já os produtos mais elaborados, como um automóvel, um relógio, uma roupa mais<br />

sofisticada, têm um número maior de transações e vão pagar uma alíquota bem mais alta.<br />

Você vê então, que esse é um imposto socialmente justo<br />

porque o produto me<strong>no</strong>s elaborado, que é <strong>no</strong>rmalmente mais utilizado pelas classes<br />

me<strong>no</strong>s favorecidas, vai pagar um imposto me<strong>no</strong>r do que o produto mais elaborado, mais<br />

utilizado pelas classes mais favorecidas.<br />

FN - Não haveria então uma tendência à dolarização da eco<strong>no</strong>mia ou mesmo ao<br />

escambo de serviços como forma de pagamento?<br />

DC - O dólar é motivo de caixa dois e de sonegação. A partir do momento em que<br />

não se tem mais Imposto de Renda nem declaração de renda a ser feita, não há motivo para<br />

comprar dólar. O dólar praticamente desaparecerá porque, como aplicação financeira, ele é<br />

um péssimo investimento: quem comprar dólar vai pagar imposto. Quanto ao escambo, nós<br />

hoje podemos fazer isso para evitar o pagamento de 25% do Imposto de Renda. Se eu sou<br />

médico e você é dentista, você pode tratar dos meus dentes, eu cuidar da sua saúde e nós<br />

eliminaremos 25% de impostos. Entretanto, se atualmente isso na prática já não ocorre, por<br />

1 % é que não ocorrerá mesmo.<br />

FN - Alguns críticos apontam o perigo de verticalização da eco<strong>no</strong>mia...<br />

DC - Olha, hoje, uma montadora, por exemplo, poderia tentar verticalizar-se e passar<br />

a produzir pneus, buzina, produzir a roda ou qualquer outra peça do automóvel para evitar o<br />

Finsocial, que é 2%. Mas o valor do investimento para que isso acontecesse não valeu a<br />

pena - e não valerá a pena principalmente por causa de 1%. Se não valia com 2%, com 1%<br />

também não vai valer. Eu não acredito que isso vá acontecer.<br />

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