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Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

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qualquer tipo de evasão. E eliminaria a presença do leviatã governamental espreitando a<br />

vida cotidiana de cada um.<br />

Com o IPMF o gover<strong>no</strong> se serve de um bom instrumento para atingir péssimos<br />

objetivos. Busca apenas aumentar a carga tributária sem uma imprescindível reforma do<br />

sistema.<br />

O IPMF padece de males profundos. Mas está correto o conselheiro Paulo Planet<br />

Buarque. Analisado isoladamente, é um imposto democrático e que, se levado à sua<br />

conseqüência lógica, o Imposto Único, poderia consumar a revolução tributária que o país<br />

deseja e precisa.<br />

O EFEITO DEDO-DURO<br />

<strong>Marcos</strong> <strong>Cintra</strong><br />

Folha de S. Paulo, 11/4/94<br />

Nem sempre as ameaças da Receita Federal surtem os efeitos desejados. No caso específico<br />

do IPMF, o leão tenta utilizar a arrecadação daquele imposto como uma arapuca para caçar<br />

sonegadores. Mas o tiro saiu pela culatra.<br />

Evitando a movimentação de contas <strong>no</strong>s bancos, os contribuintes buscam ocultar<br />

discrepâncias entre suas transações bancárias e o recolhimento dos outros impostos.<br />

No caso do Imposto Único (<strong>IU</strong>T) somente se evitariam as transações bancárias se o<br />

custo do pagamento em moeda fosse inferior à eco<strong>no</strong>mia tributária. Com alíquota de 1%,<br />

conclui-se com facilidade que seria mais barato pagar o imposto, e a evasão não ocorreria.<br />

Contudo, <strong>no</strong> caso do IPMF, as dificuldades e os custos para evitá-lo devem ser<br />

comparados não apenas com o imposto eco<strong>no</strong>mizado, mas sobretudo com os demais<br />

tributos evadidos, e que passariam a ser devidos, com multa e correção, caso identificadas<br />

as fraudes. E fácil constatar, portanto, que contribuintes fazem das tripas coração para<br />

evitar o IPMF, tarefa facilitada pela ausência de fiscalização <strong>no</strong> sistema bancário.<br />

Por causa deste efeito dedo-duro, a arrecadação do IPMF, embora significativa e de<br />

baixíssimo custo, vem ficando abaixo do esperado.<br />

Quando de sua primeira cobrança <strong>no</strong> final de 1993 as estimativas indicavam que a<br />

receita seria de cerca de US$ 160 milhões semanais, arrecadou-se em média US$ 110<br />

milhões. Nos três primeiros meses de 1994 foi ainda mais baixa: US$ 85 milhões a cada<br />

semana.<br />

Estes números têm sido utilizados para analisar a viabilidade do Imposto Único.<br />

Como a alíquota proposta do <strong>IU</strong>T é de 1 % em cada lado da transação, portanto oito<br />

vezes mais alta que a do IPMF, os números atualmente disponíveis indicam que a receita<br />

projetada estaria numa faixa entre US$ 680 milhões e US$ 880 milhões a cada semana.<br />

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