Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra
Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra
Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
jurídicas, estão sendo obrigadas a seguir, na vã tentativa de ficar em dia com as suas<br />
obrigações tributárias. Primeiro verificamos, na prática, que os 54 (ou serão 64?) trIbutos a<br />
que se refere o jurista Ives Gandra não são urna ficção. Eles existem, você paga e não<br />
consegue, ao final do a<strong>no</strong>, saber se está ou não quite com os fiscos municipal, estadual e<br />
federal! Em seguida, constatamos que ninguém - nem os melhores contadores, advogados e<br />
tributaristas que procuramos para esclarecer <strong>no</strong>ssas dúvidas - arrisca-se a dar opinião segura<br />
e definitiva sobre alguns dos principais impostos. A contribuição social sobre o lucro e o<br />
Finsocial (o "antigo" de um a<strong>no</strong> e o "<strong>no</strong>vo" de seis meses), parece, são inconstitucionais, ou<br />
assim são considerados por alguns juízes e tribunais federais, levando o contribuinte a ter<br />
de "optar" por a) pagar, b) provisionar <strong>no</strong> balanço e não pagar, c) entrar na Justiça para<br />
obter liminar ou, finalmente, d) aguardar, cruzando os dedos para não ser autuado, que o<br />
Supremo Tribunal decida sobre a inconstitucionalidade. O mesmo vale para a seguridade<br />
social, o IPTU, o imposto sobre combustíveis, o IPVA, alguns impostos sobre exportação e<br />
importação e assim sucessivamente. Na dúvida, não pagar ou sonegar!<br />
Nesse emaranhado de incertezas (leis, portarias, decretos, instruções <strong>no</strong>rmativas,<br />
decisões judiciais) e <strong>no</strong> ambiente geral e aparentemente incontrolável da sonegação, o<br />
Imposto Único vem como proposta simples, prática e brilhante. Inútil compará-la com um<br />
sistema tributário "ideal" (poucos tributos, larga base de contribuintes, progressividade):<br />
esse sistema, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, simplesmente não existe e, temo, não existirá tão cedo, tamanhas as<br />
distorções e os vícios existentes. Inútil buscar outro sistema melhor p,ara reduzir a<br />
sonegação: .nenhum suplanta a eficácia e a simplicidade do Imposto Único e, finalmente, se<br />
questiona a sua regressividade, penso valer mais a afirmação de Roberto Campos, que a<br />
justiça social se faz melhor e mais eficientemente pelo lado da despesa (aplicando-se o<br />
imposto em programas sociais de educação, saúde e saneamento) do que tentando (e não<br />
conseguindo) arrecadar de forma diferenciada e progressiva.<br />
As adesões ao Imposto Único vêm, sobretudo, do setor produtivo. São milhares de<br />
peque<strong>no</strong>s e microempresários do comércio, da indústria, da agricultura, dos serviços,<br />
cansados da parafernália infernal a que são submetidos, da sonegação e da corrupção. No<br />
momento em que o Congresso Nacional vai, em breve, receber proposta do Executivo para<br />
a reforma do sistema tributário, é importante colocar na pauta, para valer, a proposta do<br />
Imposto Único, sem preconceitos e sem interesses outros que não o bem público e do<br />
público (que, <strong>no</strong> final, paga as contas).<br />
215