Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra
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• Subfaturamento<br />
Alega-se que a adoção do <strong>IU</strong>T levaria à prática do subfaturamento, como forma de<br />
fugir do tributo. Ocorre, porém, que a alíquota reduzida é um forte desestímulo a esta<br />
prática, principalmente tendo-se em conta a exorbitância das atuais alíquotas. Além disso,<br />
deve ser considerada a dificuldade operacional para recebimento do diferencial dos valores<br />
subfaturados, que seriam automaticamente tributados ao ingressarem <strong>no</strong> sistema bancário.<br />
Observe-se ainda que haveria um aumento significativo dos custos da transação (ágio)<br />
caso esta fosse realizada em moeda (caso seja adotada a cobrança da alíquota punitiva de<br />
4%).<br />
• Tendência à verticalização das empresas visando reduzir o número de<br />
transações monetárias na cadeia produtiva.<br />
Este argumento apresenta pouca força diante do fato de tratar-se de uma alíquota<br />
marginal; as alíquotas hoje praticadas são muito maiores e este fenôme<strong>no</strong> não tem sido<br />
observado. Ao contrário, tem ocorrido tendência à crescente especialização, buscando a<br />
redução de custos e o aumento da qualidade/ produtividade.<br />
• Explosão de demanda<br />
Alega-se que, com a redução dos tributos e a elevação da renda real dos assalariados,<br />
ocorra uma explosão de consumo. Em primeiro lugar, ressalte-se que uma eventual redução<br />
da carga tributária pode não ser acompanhada, a princípio, de uma redução de preços,<br />
podendo o diferencial ser direcionado para a recomposição das margens de lucro das<br />
empresas.<br />
Por outro lado, a própria redução de preços não implica necessariamente aumento de<br />
consumo, tendo em conta a elasticidade da demanda por cada tipo de produto. Ocorrerão<br />
pressões localizadas, cuja intensidade só poderá ser determinada por estudos eco<strong>no</strong>métricos<br />
de maior profundidade.<br />
Além do mais, o Gover<strong>no</strong> Federal dispõe de mecanismos de controle de demanda<br />
capazes de impedir um possível aumento do consumo em níveis indesejáveis.<br />
De toda forma, o problema poderia ser amenizado mediante a implantação gradativa<br />
do <strong>IU</strong>T, com alíquotas progressivas, substituindo-se grupos de impostos em etapas<br />
predefinidas.<br />
• Pressão do comércio para transações em dinheiro<br />
Alega-se que os próprios comerciantes vão recusar transações efetuadas com cheques,<br />
recebendo apenas em dinheiro. Deve-se lembrar, entretanto, que <strong>no</strong> momento em que estes<br />
depositarem o dinheiro recebido sofrerão a incidência tributária de 4%. Assim, ao contrário<br />
do preconizado, poderá ser instituída a prática da cobrança do ágio sobre as transações em<br />
dinheiro, cujo impacto na evolução dos índices inflacionários não poderá ser calculado a<br />
priori.<br />
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