Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra
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gover<strong>no</strong> lança ameaças sobre a sociedade em cansativa rotina que apenas aumenta o fosso<br />
que os separa.<br />
Se o <strong>IU</strong>T existisse, não precisaríamos passar por esses processos caros, inúteis e<br />
desgastantes.<br />
Há mais. Dois dos maiores problemas do país, entre os muitos, graves, que temos, são<br />
a corrupção e a sonegação de impostos. Destaco esses dois por sua relevância <strong>no</strong> contexto<br />
deste artigo. Sozinhos são responsáveis por parte importante da grave crise econômica,<br />
social e política que atravessamos sem encontrar saída.<br />
A sociedade brasileira certamente estaria disposta a pagar um bom preço para ter uma<br />
solução. O <strong>IU</strong>T carrega esta potencialidade e é esta perspectiva que deve ser mantida ao se<br />
analisar sua eventual implantação. O grande valor desta tão simples quanto revolucionária<br />
proposta é a sua capacidade de eliminar a sonegação e reduzir, em muito, as oportunidades<br />
de corrupção. E faz isto da forma mais eficiente de se impedir um crime, ou seja, acabando<br />
com sua oportunidade. Sua mecânica de recolhimento impossibilita a sonegação e torna<br />
inviável a corrupção que a protege.<br />
Além desses atributos, o <strong>IU</strong>T ainda acumula as vantagens do baixo custo, das<br />
alíquotas baixas, da ampla base de incidência, da arrecadação diária, sem corrosão<br />
inflacionária, e da simplicidade operacional e conceitual.<br />
Mesmo reconhecendo esses méritos, alguns analistas apontam possíveis defeitos <strong>no</strong><br />
<strong>IU</strong>T e nessa base o descartam como solução adequada para o problema fiscal brasileiro.<br />
Nessas críticas, seus autores estão comparando o <strong>IU</strong>T com um sistema tributário<br />
ideal, não existente. Pressupõe termos o mais perfeito e justo sistema de tributos e uma<br />
sociedade também perfeita. A <strong>no</strong>ssa realidade é bem outra, tanto que há consenso de que<br />
uma profunda reforma fiscal é necessária. O sistema tributário brasileiro é<br />
reconhecidamente ineficiente, caro, regressivo, injusto, concentrador, propício à sonegação<br />
e à corrupção. E com este quadro não se pode falar em reforma tributária mantendo-se os<br />
mesmos principais impostos e a mesma sociedade. Um dos dois tem de mudar.<br />
Esta comparação com o ideal inviabiliza qualquer processo decisório. A boa técnica<br />
de escolha racional manda que o confronto seja feito entre a situação real e a alternativa<br />
proposta. Portanto, o <strong>IU</strong>T tem de ser analisado frente à <strong>no</strong>ssa atual realidade tributária, cuja<br />
inadequação é plenamente reconhecida.<br />
Examinando-se as críticas ao <strong>IU</strong>T sob esta ótica, verifica-se que algumas não são<br />
verdadeiras e outras apontam defeitos facilmente sanáveis. Outras, ainda, na realidade são<br />
qualidades, quando vistas pelo prisma de quem paga os impostos.<br />
Atualmente grande parte da carga fiscal é exportada <strong>no</strong> preço dos produtos, devido à<br />
multiplicidade dos impostos e à auto<strong>no</strong>mia dos Estados e municípios. A redução da carga<br />
tributária pelo <strong>IU</strong>T aumentará a competitividade. A completa desoneração poderá ser obtida<br />
por meio de tabelas de devolução do imposto, calculadas com base <strong>no</strong> número de fases dos<br />
ciclos produtivos.<br />
A regulamentação do <strong>IU</strong>T pode evitar a elisão fiscal e qualquer eventual forma de<br />
sonegação, assegurando a manutenção das alíquotas baixas. Estas já serão o primeiro<br />
desestímulo à sonegação. O baixo custo do <strong>IU</strong>T, conjugado com medidas legais, poderá<br />
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