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Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

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As críticas que esta proposta tem recebido parecem, em comparação a estes<br />

benefícios, singularmente frágeis e inconsistentes. Argumenta-se, por exemplo, que este<br />

tipo de imposto seria regressivo: como se trata da mesma alíquota, as grandes e pequenas<br />

fortunas, os altos e baixos salários terminariam respondendo de forma igual às exigências<br />

do fisco. Há, entretanto, um ponto que esta crítica não leva em conta. O preço dos produtos<br />

embutiria, na verdade, o custo de seguidas transações econômicas, à medida que estas<br />

mercadorias exigem, para serem fabricadas, componentes diversos, adquiridos de diferentes<br />

indústrias ao longo de toda uma cadeia de produção. É este o tipo de produto que entra com<br />

maior peso <strong>no</strong> orçamento das classes mais favorecidas; ainda que, a cada cheque emitido, a<br />

alíquota seja baixa, a sucessão de tributos incluída <strong>no</strong> preço final de um automóvel, por<br />

exemplo, seria superior à de um bem de consumo popular.<br />

Lança-se, ainda contra a idéia, o raciocínio de que logo poderia ocorrer a simples<br />

extinção do uso de cheques, preferindo-se as transações em moeda, o escambo entre<br />

empresas ou o uso do dólar como meio de troca. Para o contribuinte individual, seja a<br />

empresa, seja a pessoa física, este procedimento teria poucas vantagens. Não há estímulo<br />

para sonegar com uma alíquota marginal tão baixa; operações econômicas de grande vulto<br />

dificilmente poderiam ser feitas em papel-moeda. As desvantagens, em termos de<br />

viabilidade prática e de segurança, acaba- riam sendo, na verdade, bem maiores do que a<br />

eco<strong>no</strong>mia que se pretendia obter.<br />

Sem dúvida, <strong>no</strong>vos argumentos poderão surgir contra a proposta. Lançada a título<br />

polêmico, é natural que seja examinada com cuidado e que se esgotem todas as críticas<br />

antes de se partir para sua implementação. Idéias desse gênero merecem, entretanto, ser<br />

destacadas pelo potencial de i<strong>no</strong>vação, pelo interesse desburocratizante e re<strong>no</strong>vador que<br />

revelam: são exemplo do que se pode fazer quando se procura simplificar de fato a vida<br />

econômica do país, romper com a carga burocrática que a sufoca e com a trama de<br />

interesses arraigados na falta de sentido prático, <strong>no</strong> gigantismo e na inviabilidade do<br />

sistema estatal brasileiro.<br />

POR UMA REVOLUÇÃO TRIBUTÁRIA<br />

Eduardo Chuahy<br />

Jornal do <strong>Brasil</strong>, 2/2/90<br />

O final do século 20 vem-se caracterizando por uma mudança profunda nas estruturas<br />

políticas e econômicas que vigoraram desde a I Guerra Mundial. É como se o mundo todo<br />

começasse a se preparar para entrar de roupa <strong>no</strong>va na grande festa que se anuncia para o<br />

reveillon do <strong>no</strong>vo século.<br />

Enquanto isso, o <strong>Brasil</strong> começa essa última década debatendo-se numa avalanche de<br />

problemas crescentes, com a eco<strong>no</strong>mia dando os seus primeiros sinais de desorganização,<br />

abrindo caminho para o caos político e social. Os diversos pla<strong>no</strong>s econômicos tentados sob<br />

a chefia de um gover<strong>no</strong> sem comando não fizeram mais do que <strong>no</strong>s deixar, a todos,<br />

literalmente, em estado de choque.<br />

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