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Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

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estaduais (que deveriam ser financiadas pelo ICMS, IPVA e IVV) e até para a criação de<br />

um "núcl<strong>eo</strong> de amor à vida", numa capital <strong>no</strong>rdestina!<br />

A outra solução, que parece embutida disfarçadamente na proposta de "ajuste" (ou<br />

desajuste) fiscal, é aumentar-se a carga tributária global para acomodar o inchaço global-<br />

União federal perdulária, Estados e municípios gastadores. Isso corresponderia a uma<br />

asfixia do setor privado, preservaria simultaneamente a pressão inflacionária e a aflição<br />

recessiva, ou seja, a "estagflação". Seria o terceiro ajuste fiscal do gover<strong>no</strong> Collor, que se<br />

caracterizou primeiro, por sustos fiscais e agora, por choques morais...<br />

IMPOSTOS<br />

NÃO DECLARATÓRIOS<br />

Antonio Delfim Netto<br />

Folha de S. Paulo, 12/8/92<br />

Devido à sua tendência a raciocínios especiosos e abstratos, os eco<strong>no</strong>mistas são objeto de<br />

constante divertimento. Os antropologistas reclamam que apesar de conhecerem montanhas<br />

de fatos, são incapazes de organizá-los numa t<strong>eo</strong>ria. Exatamente o oposto, dizem, dos<br />

eco<strong>no</strong>mistas, que conhecem poucos fatos, mas são capazes de reuni-los em múltiplas e<br />

belíssimas t<strong>eo</strong>rias.<br />

Como toda caricatura, essa também reflete um pouco a realidade. Outro dia assistimos<br />

a uma discussão muito interessante sobre a reforma tributária, em que um dos contendores<br />

era um profissional bem equipado e conhecedor da t<strong>eo</strong>ria de finanças públicas. Os demais<br />

eram peque<strong>no</strong>s comerciantes, que desejavam uma simplificação radical do sistema<br />

tributário e esperavam as luzes do eco<strong>no</strong>mista. Este discutiu com desenvoltura as condições<br />

mínimas que devem informar um sistema tributário eficiente e justo. E insistiu que, desde<br />

Adam Smith, os eco<strong>no</strong>mistas sempre discutiram não apenas o problema da receita pública,<br />

mas também o da despesa. Para Smith a função do Estado deveria limitar-se a pouco mais<br />

do que a defesa externa, a manutenção da ordem e da justiça internas e a realização de<br />

algumas obras públicas. A única exceção admitida por Smith referia-se à educação, cujo<br />

custo deve ser subsidiado de forma que os "jovens possam ser instruídos com um módico<br />

pagamento que mesmo um trabalhador comum possa pagar".<br />

Os eco<strong>no</strong>mistas clássicos - acrescentou -, pr<strong>eo</strong>cupados com o processo de<br />

desenvolvimento (que é conduzido pela "mão invisível" e por um Estado limitado),<br />

pr<strong>eo</strong>cupavam-se fortemente com a acumulação do capital. Eles entendiam que todos os<br />

impostos recaem ou sobre o capital (que assim diminui) ou sobre o rendimento (que reduz<br />

taxas de acumulação), diminuindo, assim, a capacidade de crescimento, o que reforça a<br />

idéia do "Estado mínimo".<br />

Nosso eco<strong>no</strong>mista mostrou que depois Stuart Mill (antes de Marx) propôs um imposto<br />

progressivo e recomendou o aumento do papel do Estado para cobrir algumas despesas<br />

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