14.04.2013 Views

Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Com relação a outros impostos temos o IPI, que tem arrecadado mais de 2% do PIB, o<br />

IOF, em média, 0,5% do PIB, o IPTU, 0,5% do PIB, o IPVA, os impostos sobre importação<br />

(se a alíquota média for 20% representaria 1 % do PIB) e exportação, mais as dezenas de<br />

impostos, taxas e contribuições citados por Ives Gandra e Fernando Collor. Esta plêiade de<br />

tributos, se efetivamente cobrados (e pagos), deveria somar, conservadoramente, ao me<strong>no</strong>s<br />

8% do PIB.<br />

Ora, pelos dados da contabilidade social <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> a carga tributária bruta tem sido,<br />

<strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s, inferior a 25%. Isto significa que quase metade dos impostos e<br />

contribuições não é paga, ou seja, é sonegada. Em outras palavras, cumprindo a lei, a<br />

arrecadação tributária <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> quase dobraria. Com isto o déficit público, que segundo<br />

cálculos assustadores do professor Roberto Macedo poderia atingir 2% do PIB,<br />

desapareceria. E, para aqueles que acreditam que a inflação é devida exclusivamente ao<br />

déficit público, a estabilidade de preços seria obtida.<br />

Dúvida final: falta coragem para aplicar a lei ou a lei foi feita para não ser aplicada?<br />

QUANTO MAIS IMPOSTOS,<br />

MENOR É A ARRECADAÇÃO<br />

Opinião Trevisan<br />

Trevisan, Conjuntura, abril/ 1994<br />

Não há em nenhum país do mundo uma carga fiscal como a que é suportada pelos<br />

brasileiros, pessoas físicas e jurídicas: 52,8% do PIB! Isto, bem explicado, se não houvesse<br />

sequer um mísero centavo sonegado, porque, do jeito que acontece, os tributos<br />

efetivamente arrecadados atingem 24% do PIB. Se todos neste país pagas- sem o que a lei<br />

exige, a carga fiscal brasileira, em relação ao PIB, suplantaria a da Alemanha, em 34%.<br />

Não há a<strong>no</strong> que se encerre sem que sejamos premiados por um <strong>no</strong>vo pacote fiscal,<br />

sempre com o objetivo de aumentar a arrecadação. Um propósito sem muito sentido, já que,<br />

na prática, está provado que, quanto maior é a carga tributária, me<strong>no</strong>s recursos se arrecada,<br />

seja por sonegação, evasão ou queda na produção. A <strong>no</strong>ssa história tributária tem sido,<br />

assim, um longo e tenebroso drama, cada vez mais complicado, cheio de artimanhas para<br />

ludibriar a boa fé do cidadão comum. A mais recente armadilha pretende vestir num leão<br />

feroz a pele de um cordeirinho: em vez de aumentar alíquotas, reduzem-se os prazos de<br />

pagamento. O efeito não pode ser mais cruel, pois, em muitos casos, o contribuinte paga o<br />

tributo antes de realizar a receita.<br />

Mesmo assim, a arrecadação não aumenta. O que será que acontece? É simples: se a<br />

carga tributária for maior, tanto melhor para o sonegador, que deixa de desembolsar valores<br />

mais altos correndo o mesmíssimo risco.<br />

Há vinte a<strong>no</strong>s, as alíquotas eram mais reduzidas, os prazos maiores e o número de<br />

impostos era bem me<strong>no</strong>r. No entanto, a arrecadação chegou a atingir 27% do PIB. Hoje,<br />

42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!