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Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

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TROCAR TRIBUTOS.<br />

POR SALÁRIOS<br />

Aurivaldo Coimbra de Oliveira e David Dias de Sousa<br />

O Estado de S. Paulo, 9/12/92<br />

Estamos vivendo, mais uma vez, um daqueles momentos históricos em que, se o gover<strong>no</strong><br />

acertar em suas decisões, o <strong>Brasil</strong> poderá encontrar inequivocamente seu caminho para o<br />

desenvolvimento auto-sustentado. Assim, mais do que um direito, e uma obrigação de<br />

todos os cidadãos trazerem suas idéias para uma profícua discussão da reforma fiscal em<br />

andamento. Todos se lembram da parte boa do Pla<strong>no</strong> Cruzado: <strong>no</strong> instante do congelamento<br />

de preços e salários estes últimos tiveram um aumento real e foi <strong>no</strong>tável a forte demanda<br />

por produtos e serviços verificada <strong>no</strong>s meses subseqüentes.<br />

Portanto, o grande fator de sucesso na presente reforma fiscal será necessariamente<br />

trocar tributos por salários. Por quê? Em primeiro lugar, está mais do que na hora de <strong>no</strong>s<br />

voltarmos para o mercado inter<strong>no</strong>. A recessão do Primeiro Mundo tem-<strong>no</strong>s atingido<br />

duramente, porque, desde a década de 1970, continuamos insistindo num modelo voltado<br />

exclusivamente para a exportação que, como já aprendemos, tem suas limitações.<br />

Como viabilizar? É essencial não perder a oportunidade - talvez única - de criar o<br />

Imposto sobre Transações Financeiras, o ITF (ou sob qualquer outra sigla) com uma<br />

alíquota média, digamos, de 2%. A criação de mais um imposto com alíquota de 0,25% ou<br />

0,30% é uma grande ilusão: aumentará a carga tributária de quem recolhe seus impostos<br />

com retidão e, provavelmente, não produzirá arrecadação significativa na chamada parte<br />

informal da eco<strong>no</strong>mia. Interessante <strong>no</strong>tar que os algozes desse imposto são os mesmos do<br />

Imposto Único idealizado pelo professor <strong>Marcos</strong> <strong>Cintra</strong>: uma mi<strong>no</strong>ria empedernida de<br />

profissionais que, direta ou indiretamente, tem seus empregos assegurados pelo intricado<br />

elenco de tributos existente.<br />

E quem é a favor do Imposto Único? Sem dúvida, a esmagadora maioria do<br />

empresariado que, de fato, faz as coisas acontecerem neste País. E também os assalariados<br />

que não têm a mínima chance de evitar o confisco mensal de boa parte de suas decrescentes<br />

compensações pelo trabalho. Logo, o sistemático cerceamento daquilo que poderá ser, <strong>no</strong><br />

futuro, um Imposto Único está funcionando como um cabresto: uma mi<strong>no</strong>ria fraca<br />

controlando uma maioria forte.<br />

Um ITF não declaratório, com alíquota média de 2% (descontado exclusivamente do<br />

beneficiário), deveria ser suficiente para substituir todos os tributos federais, estaduais e<br />

municipais. E aqui entra uma diferença de abordagem: o gover<strong>no</strong> federal deveria<br />

concentrar-se nesta reforma exclusivamente <strong>no</strong>s tributos federais, o que representaria uma<br />

conveniência tanto para os gover<strong>no</strong>s estaduais e municipais, que não 'precisariam disputar<br />

verbas, quanto para o gover<strong>no</strong> federal, pois as mudanças girariam em sua própria órbita.<br />

Então, o ITF poderia substituir inicialmente o PIS, Cofins, IOF e INSS (nenhum deles é<br />

repassado para os Estados e municípios). E aqui entra o <strong>no</strong>sso personagem: o INSS pago<br />

pelo empregado (8% a 10% até dez salários-contribuição) e o pago pelo empregador seriam<br />

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