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Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra

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prestação de serviços e as aplicações financeiras) passam por uma mesma transação<br />

chamada "transação bancária". Ele procurou então verificar qual era o valor dessas<br />

transações bancárias e viu que, aplicando-se uma taxa muito pequena, da ordem de 2%, em<br />

cima dessas transações, obtinha-se praticamente a mesma arrecadação que se consegue hoje<br />

através das 58 figuras tributárias. Com isso, nasceu a proposta do <strong>IU</strong>T.<br />

A proposta é colocar uma alíquota de 1 % na conta credora e 1 % na conta devedora<br />

de todas as transações do sistema bancário, ou seja, retiradas, depósitos, aplicações<br />

financeiras, aplicações on-line, qualquer ato bancário - essa é a proposta do Imposto Único<br />

sobre Transações.<br />

FN - E uma alíquota tão baixa é suficiente para obter a arrecadação necessária?<br />

DC - Hoje nós temos plena convicção disso. Pelo sistema do <strong>IU</strong>T, o gover<strong>no</strong><br />

arrecadaria <strong>no</strong> mínimo 25% a mais do que arrecada hoje. Em números, a arrecadação é hoje<br />

algo em tor<strong>no</strong> de US$ 80 bilhões e a arrecadação através do <strong>IU</strong>T seria de <strong>no</strong> mínimo US$<br />

100 bilhões.<br />

FN - E como será a operacionalização do <strong>IU</strong>T?<br />

DC - Exatamente através do sistema bancário: o sistema bancário passaria a ser o<br />

sistema arrecadador. O total do valor arrecadado iria diariamente para a conta "gover<strong>no</strong>" e<br />

<strong>no</strong> final do dia, na hora da compensação, esse dinheiro seria distribuído entre as três esferas<br />

governamentais - federal, estadual e municipal.<br />

FN - Mas sendo a fiscalização apenas <strong>no</strong> sistema bancário, não se daria muita<br />

margem para a sonegação?<br />

DC - Hoje quem não sonega imposto é praticamente aquele que paga imposto na<br />

fonte; o assalariado não tem como sonegar imposto. A <strong>no</strong>ssa proposta é justamente essa,<br />

que todo imposto brasileiro seja recolhido na fonte - e a fonte aqui seria o sistema bancário.<br />

Como todo dinheiro de empresas, pessoas físicas, traficantes, bicheiros ou qualquer outra<br />

pessoa que manipula valores, passa pelo sistema bancário, a sonegação praticamente<br />

desapareceria, não haveria jeito de ocorrer evasão fiscal.<br />

A simplificação tributária resultante da implantação do <strong>IU</strong>T traria como conseqüência<br />

uma diminuição tremenda da burocracia de fiscalização do país. Toda a fiscalização seria<br />

voltada exclusivamente para o sistema bancário, e os fiscais federais, estaduais e<br />

municipais, ao invés de fiscalizarem milhares de empresas e milhões de brasileiros,<br />

passariam a fiscalizar cento e poucos bancos - que é a quantidade de bancos que nós temos<br />

<strong>no</strong> país. E como essa fiscalização é computadorizada, ela seria muito mais simples do que a<br />

fiscalização intensiva que é feita hoje em dia e com a qual o gover<strong>no</strong> não consegue atingir o<br />

nível de arrecadação desejada.<br />

FN - Dario, com a extinção de todos os impostos o gover<strong>no</strong> não perderia<br />

importantes mecanismos de regulação econômica?<br />

DC - O importante para o gover<strong>no</strong> é manter aqueles impostos que são instrumentos de<br />

política econômica, como o Imposto de Importação e o Imposto de Exportação, para que<br />

ele possa exercer o controle sobre o comércio exterior, e o Imposto Territorial Rural, para<br />

que ele possa taxar a terra improdutiva com uma alíquota maior, promovendo política<br />

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