Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra
Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra
Microsoft Word - Tributa\\347\\343o no Brasil eo IU.doc - Marcos Cintra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
serviços efetivamente prestados. O gover<strong>no</strong> perderia a "capacidade de assustar", pela<br />
multiplicação de tributos e de alíquotas.<br />
Um segundo sopro i<strong>no</strong>vador é a proposta de "estabilidade com cresci- mento" do<br />
professor Paulo Rabello de Castro. Contém percepções provocantes. De 1986 em diante, a<br />
inflação brasileira teria deixado de ser comum, passando à condição de hiperinflação. Esta<br />
se instaura a partir do momento em que o financia- mento público deixa de ser voluntário,<br />
acumulando-se três cobranças - a da dívida externa, a da dívida interna e a da dívida social.<br />
Tornam-se, então, racionais atitudes aberrantes, como ter depósitos <strong>no</strong> Exterior, recusar<br />
prazos longos <strong>no</strong>s títulos do gover<strong>no</strong> e remarcar preventivamente os preços. Tanto a<br />
inflação como a hiperinflação podem ser curadas com métodos ortodoxos. Apenas a<br />
ortodoxia é diferente, centrada <strong>no</strong> primeiro caso na contenção da procura, pela política<br />
monetária-fiscal e, <strong>no</strong> segundo, na liberação da oferta mediante reformas institucionais.<br />
Todo mundo fala na fragilização financeira do setor público, mas o que foi realmente<br />
fragilizado foi o setor privado, pela perda de confiança e de capital gerada or sucessivos<br />
confiscos. A grande dívida social é a renda cessante, isto é, a perda da renda potencial da<br />
população em decorrência da crise hiperinflacionária - além da corrupção e do desperdício<br />
na utilização das contribuições previdenciárias. Parte dessa dívida social poderia ser<br />
resgatada pela cessão de ativos públicos a um fundo previdenciário, gestor da seguridade<br />
social. Assim, a privatização das estatais se faria imediatamente pela sua cessão aos fundos<br />
previdenciários e, paulatina- mente, pelos processos <strong>no</strong>rmais de venda em Bolsa.<br />
O <strong>Brasil</strong> financiou e perdeu uma longa guerra contra o subdesenvolvimento,liderada<br />
pelos "entes estatais". Tem de abandonar o centralismo e marchar para a liberalização de<br />
preços, salários e câmbio. Haveria ênfase sobre as exportações, como elemento antirecessivo,<br />
e as cambiais de exportação poderiam servir de lastro a uma poupança forte.<br />
À parte meu ceticismo quanto à possibilidade de restauração da ética fiscal mediante<br />
uma simplificação tributária, tenho poucas discordâncias em relação ao enfoque holista e<br />
i<strong>no</strong>vador do professor Paulo Rabello de Castro. Certamente, o Programa de Estabilização<br />
com Crescimento merece tratamento mais respeitoso que o dispensado ao misterioso Pla<strong>no</strong><br />
CAMPOS QUER EXPERIÊNCIA<br />
COM IMPOSTO ÚNICO<br />
Vicente Diavezi<br />
Jornal da Tarde, 21/11/91<br />
Todas as propostas de reforma tributária até agora anunciadas, inclusive a do gover<strong>no</strong>,<br />
sofrem de um mesmo mal, na opinião do deputado Roberto Campos (PDS-RJ) - exsenador,<br />
ex-ministro do Planejamento e um dos criadores do BEM (Bloco de Eco<strong>no</strong>mia<br />
Moderna), que reúne 126 parlamentares <strong>no</strong> Congresso Nacional. "Elas não acabam com as<br />
três hierarquias do fisco - federal, estadual e municipal- nem atacam o problema da<br />
tripartição", ele afirma nesta entrevista exclusiva ao JT, para explicar: "O Imposto de Renda<br />
194