Ata 2011 - Tribunal Regional do Trabalho - 23ª Região
Ata 2011 - Tribunal Regional do Trabalho - 23ª Região
Ata 2011 - Tribunal Regional do Trabalho - 23ª Região
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
731/<strong>2011</strong> <strong>Tribunal</strong> Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 76<br />
Data da divulgação: Quarta-feira, 18 de Maio de <strong>2011</strong><br />
Constituição.<br />
Ante o exposto, nego seguimento ao Recurso Extraordinário.<br />
Publique-se.<br />
Brasília, 02 de maio de <strong>2011</strong>.<br />
Firma<strong>do</strong> por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)<br />
MARIA CRISTINA IRIGOYEN PEDUZZI<br />
Ministra Vice-Presidente <strong>do</strong> TST<br />
Processo Nº AIRR-121241-93.2009.5.03.0105<br />
Recorrente TNL Contax S.A.<br />
Advoga<strong>do</strong> Dr. José Alberto Couto Maciel<br />
Recorri<strong>do</strong> Telemar Norte Leste S.A.<br />
Advoga<strong>do</strong> Dr. José Alberto Couto Maciel<br />
Recorri<strong>do</strong> Rômulo Mattede<br />
Advogada Dra. Ana Maria da Silva Barros<br />
Vitoriano<br />
A C. Turma, em acórdão de fls. 237/239, não conheceu <strong>do</strong> Recurso<br />
de Revista no tema "vínculo empregatício - terceirização". Concluiu,<br />
em síntese, que o disposto no art. 94, II, da Lei nº 9.472/97 não<br />
autoriza a terceirização na atividade-fim das concessionárias de<br />
telecomunicações.<br />
A Reclamada interpõe Recurso Extraordinário, com fundamento no<br />
art. 102, III, "a", da Constituição da República (fls. 219/230). Aponta<br />
violação ao art. 5º, II, e 170, III, da Constituição. Alega a<br />
repercussão geral da matéria.<br />
Sem contrarrazões.<br />
É o relatório.<br />
Estão satisfeitos os requisitos extrínsecos de admissibilidade<br />
recursal.<br />
A C. Turma, em relação ao tema "vínculo empregatício -<br />
terceirização", entendeu que o acórdão recorri<strong>do</strong> encontra-se em<br />
sintonia com o item I da Súmula nº 331 <strong>do</strong> TST, porquanto o<br />
disposto <strong>do</strong> art. 94, II, da Lei nº 9.472/97 não autoriza a<br />
terceirização na atividade-fim das concessionárias de<br />
telecomunicações.<br />
Percebe-se que a controvérsia não extrapola o âmbito da legislação<br />
infraconstitucional, na medida em que foi dirimida sob o enfoque da<br />
lei ordinária.<br />
Desse mo<strong>do</strong>, não há violação direta ao art. 5º, II e XXXVI, da<br />
Constituição da República e o reconhecimento da apontada ofensa<br />
exigiria nova exegese da norma ordinária que embasou a decisão<br />
recorrida.<br />
O E. Supremo <strong>Tribunal</strong> Federal já proclamou que a ofensa a<br />
preceito constitucional, para autorizar o recurso extraordinário, há<br />
de ser "direta e frontal", não se admitin<strong>do</strong> a via reflexa.<br />
Reconheceu, ainda, que, em regra, não se caracteriza violação<br />
direta a ofensa aos incisos II, XXXV, LIV e LV <strong>do</strong> art. 5º da Carta<br />
Magna. É o que se depreende <strong>do</strong>s seguintes julga<strong>do</strong>s:<br />
CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO<br />
REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE<br />
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282. LEGISLAÇÃO LOCAL.<br />
ALEGADA OFENSA AO ART. 5º, XXXV, LIV, LV, DA CF. OFENSA<br />
REFLEXA. AGRAVO IMPROVIDO. I - Inadmissível o recurso<br />
extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver si<strong>do</strong><br />
apreciada no acórdão recorri<strong>do</strong>. A tardia alegação de ofensa ao<br />
texto constitucional, apenas deduzida em embargos de declaração,<br />
não supre o prequestionamento. II - A jurisprudência da Corte é no<br />
senti<strong>do</strong> de que a alegada violação ao art. 5º, XXXV, LIV e LV, da<br />
Constituição, pode configurar, quan<strong>do</strong> muito, situação de ofensa<br />
reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação<br />
processual ordinária. III - O acórdão recorri<strong>do</strong> dirimiu a questão <strong>do</strong>s<br />
autos com base na legislação infraconstitucional local aplicável à<br />
espécie. Inadmissibilidade <strong>do</strong> RE, ante a incidência da Súmula 280<br />
<strong>do</strong> STF. IV - Agravo regimental improvi<strong>do</strong>. (STF, AI 631711 AgR,<br />
Rel. Min. Ricar<strong>do</strong> Lewan<strong>do</strong>wski, Primeira Turma, DJe 20/11/2008 -<br />
destaquei)<br />
AGRAVO REGIMENTAL. Alegação de violação direta e frontal <strong>do</strong><br />
art. 5º, incisos XXXV, LIV, LV, da Constituição Federal.<br />
Necessidade de exame prévio de norma infraconstitucional para a<br />
verificação de contrariedade ao Texto Maior [...]. Agravo Regimental<br />
a que se nega provimento. (STF, AI-AgR 634217/GO, Rel. Min.<br />
Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 18/12/2008)<br />
RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Ausência de razões<br />
novas. Decisão mantida. Agravo Regimental improvi<strong>do</strong>. Nega-se<br />
provimento ao agravo regimental tendente a impugnar, sem razões<br />
novas, decisão fundamentada em jurisprudência assente na Corte.<br />
RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Alegação de ofensa<br />
ao art. 5º, inciso II e XXXVI, da Constituição Federal. Ofensa<br />
constitucional indireta. Agravo regimental não provi<strong>do</strong>. As alegações<br />
de desrespeito aos postula<strong>do</strong>s da legalidade, <strong>do</strong> direito adquiri<strong>do</strong> e<br />
<strong>do</strong> ato jurídico perfeito, se dependentes <strong>do</strong> reexame prévio de<br />
normas inferiores, podem configurar, quan<strong>do</strong> muito, situações de<br />
ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição. (STF, RE-AgR<br />
551426/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe de<br />
18/12/2008 - destaquei)<br />
Além disso, a Súmula nº 636 <strong>do</strong> STF preceitua que "não cabe<br />
recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional<br />
da legalidade, quan<strong>do</strong> a sua verificação pressuponha rever a<br />
interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão<br />
recorrida".<br />
Especificamente sobre a matéria debatida, o E. STF decidiu que a<br />
solução da controvérsia sobre a legalidade da terceirização de<br />
atividade-fim, relativa aos serviços de energia elétrica e de<br />
telecomunicações, demandaria a análise <strong>do</strong>s dispositivos das Leis<br />
nos 8.987/96 e 9.472/97, respectivamente, o que é inadmissível em<br />
recurso extraordinário. Colhem-se os precedentes:<br />
Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou<br />
seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão, cuja<br />
ementa segue transcrita:<br />
1. RECURSO DE REVISTA DA TELEMAR NORTE LESTE S.A<br />
CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES -<br />
CALL CENTER - ATIVIDADE-FIM - TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA -<br />
EXEGESE DO ARTIGO 94, II, DA LEI Nº 9.472/1997 - INCIDÊNCIA<br />
DO ITEM I DA SÚMULA 331 DO TST. I - Malgra<strong>do</strong> o artigo 94,<br />
inciso II, da Lei nº 9.472/1997, aparentemente autorize as<br />
concessionárias de serviço público contratar terceiros para<br />
execução de seus misteres, exegese sistemática, feita à luz <strong>do</strong><br />
artigo 170, caput, da Constituição Federal, que sabidamente<br />
consagra a dignidade da pessoa humana e a valorização <strong>do</strong><br />
trabalho humano como pilares da Ordem Econômica estabelecida,<br />
impõe-se interpretação diversa, no senti<strong>do</strong> de ser ali autorizada a<br />
contratação de terceiros para a finalidade de melhorar (desenvolver)<br />
atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço,<br />
inclusive por meio da implementação de projetos associa<strong>do</strong>s. III- Tal<br />
autorização é imprescindível dada a garantia constitucional da<br />
inviolabilidade das comunicações de da<strong>do</strong>s e telefônicas,<br />
estabelecida no artigo 5º, inciso XII, da Constituição Federal, que<br />
atribui caráter especial às empresas de telecomunicações, que<br />
atuam como concessionárias de serviços públicos. IV - Fixa<strong>do</strong> pelo<br />
<strong>Regional</strong> que a função exercida pela recorrida de atendente de 104<br />
- serviço de call center -, para esclarecer dúvidas e prestar<br />
informações aos usuários <strong>do</strong>s serviços de telecomunicações, está<br />
incluída na atividade-fim da empresa de telefonia. V - E<br />
efetivamente se insere, devi<strong>do</strong> a obrigatoriedade estabelecida pelo<br />
O <strong>do</strong>cumento pode ser acessa<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> o Diário Eletrônico da Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, opção Autenticação de Diários Eletrônicos, sob o número 20404