Fundamentos Pedagógicos PST â da reflexão à prática
Fundamentos Pedagógicos PST â da reflexão à prática
Fundamentos Pedagógicos PST â da reflexão à prática
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPOparecer e de se comportar. Educa-se o corpo na escola e fora dela: nareligião, na mídia, na medicina, nas normas jurídicas, enfim, em todos osespaços de socialização nos quais nos deparamos, cotidianamente, comrecomen<strong>da</strong>ções como, por exemplo, sobre o vestuário, a alimentação,o comportamento, a aparência, os gestos, a movimentação, as práticassexuais, a saúde, a beleza, a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. Educa-se o corpo tambémno esporte, no lazer e nos projetos sociais.Ain<strong>da</strong> sobre o corpo, outra questão merece ser refleti<strong>da</strong>: se não existe umcorpo dotado de uma essência universal, é possível falar de uma educação “docorpo”? Não seria mais adequado usarmos o seu plural “dos corpos”?Cabe esclarecer: ain<strong>da</strong> que algumas vezes o termo corpo apareça nosingular, quando sua análise orienta-se pela perspectiva cultural, não háa menor dúvi<strong>da</strong> de que está se falando de corpos que são observados nassuas especifici<strong>da</strong>des e singulari<strong>da</strong>des: corpos infantis, jovens, adultos,envelhecidos, brancos, não brancos, pobres, femininos, masculinos,obesos, anoréxicos, saudáveis, doentes, católicos, umbandistas,homossexuais, heterossexuais, com necessi<strong>da</strong>des especiais, atléticos,enfim, corpos múltiplos, ambíguos, inconstantes e diferentes.Tais distinções resultam de construções culturais plurais, poisca<strong>da</strong> cultura elabora corpos desejáveis e/ou corpos não desejáveis.Os desejáveis são aqueles que estão adequados às representações queca<strong>da</strong> cultura elege como sendo assim. Na nossa socie<strong>da</strong>de seriam, porexemplo, os corpos magros, saudáveis, malhados, heterossexuais ejovens. Já os corpos indesejáveis são inúmeros e, de acordo com o tempoe lugar, multiplicam-se em gordos, feios, andróginos, drogados, velhos,deficientes, flácidos, inaptos, lentos, gays e tantos outros adjetivos que, aoserem nomeados, não expressam apenas uma diferença, mas, sobretudo,uma desigual<strong>da</strong>de.Se os corpos são diferentes, é necessário pensar ain<strong>da</strong>, que os gênerose as sexuali<strong>da</strong>des também o são. Essas marcas inscrevem-se também noscorpos e, além disso, constituem a identi<strong>da</strong>de dos sujeitos.Por gênero entende-se a condição social através <strong>da</strong> qual nosidentificamos como masculinos e femininos. É diferente de sexo, termousado para identificar as características anatômicas que diferenciam oshomens <strong>da</strong>s mulheres, e vice-versa. O gênero, portanto, não é algo que está<strong>da</strong>do, mas é construído social e culturalmente e envolve um conjunto deprocessos que vão marcando os corpos, a partir <strong>da</strong>quilo que se identifica76AMAURI APARECIDO BÁSSOLI DE OLIVEIRA EGIANNA LEPRE PERIM (ORGANIZADORES)Liv-3 Amauri - atualizado 14.07.09.indd Sec3:76 11/11/2009 10:16:08