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Maria Luisa Pinto.pdf - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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Um outro <strong>da</strong><strong>do</strong> importante para pensar a intervenção terapêutica é que a<br />

teoria <strong>da</strong> aprendizagem social estabelece uma ruptura com a noção de determinismo<br />

unidireccional ou bidireccional na explicação de um comportamento humano. As<br />

pessoas, comportamentos e ambientes interagem reciprocamente, ou seja, não existe<br />

liber<strong>da</strong>de sem condicionalismo, sem constrangimentos externos. A liber<strong>da</strong>de é um<br />

exercício de auto-influência.<br />

É dito em textos de apresentação <strong>da</strong> Comuni<strong>da</strong>de que o processo de<br />

mu<strong>da</strong>nça individual deverá passar pela criação de uma disciplina pessoal, pela<br />

alteração e aprendizagem de comportamentos, assim como pela (re)estruturação<br />

cognitiva. Para isso, é preciso criar um contexto de tipo ―familiar‖, o mais aproxima<strong>do</strong><br />

possível <strong>da</strong> primeira instância de socialização em que os laços e vínculos afectivos<br />

são condição necessária ao crescimento psicológico e social <strong>do</strong>s indivíduos. É na<br />

família que ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s seus elementos se conhece e se reconhece e, para tal, tem<br />

necessariamente que criar laços afectivos de amor e de sofrimento. Sem dúvi<strong>da</strong> que<br />

este contexto de tipo familiar constitui um espaço privilegia<strong>do</strong> para a elaboração e<br />

aprendizagem de dimensões significativas <strong>da</strong> interacção intra e interpessoal. Vivem-se<br />

múltiplas emoções e afectos, positivos e negativos, que à medi<strong>da</strong> que vão sen<strong>do</strong><br />

consciencializa<strong>do</strong>s, identifica<strong>do</strong>s e geri<strong>do</strong>s dão ao indivíduo o sentimento de ser quem<br />

é.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, ao proporcionar uma família também se proporciona a<br />

exploração de uma diversi<strong>da</strong>de de papéis a que se associam distintos graus de poder<br />

e de autonomia. Assim se permite o treino de comportamentos diferenciais,<br />

nomea<strong>da</strong>mente a gestão de poder (li<strong>da</strong>r com e ser agente de), assertivi<strong>da</strong>de, toma<strong>da</strong><br />

de decisão. No desempenho destas funções e tarefas, que são garante <strong>da</strong> rotina diária<br />

de funcionamento <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de terapêutica, é possível identificar dificul<strong>da</strong>des<br />

comportamentais.<br />

As ferramentas <strong>da</strong> terapia‖ diversificam-se segun<strong>do</strong> uma plurali<strong>da</strong>de de<br />

estratégias, tais como partilhar sentimentos, confrontar e exigir mu<strong>da</strong>nça.<br />

A exigência de mu<strong>da</strong>nça pressupõe que o indivíduo identifique as áreas<br />

comportamentais problemáticas para o que a pressão positiva <strong>do</strong> grupo, a inter-aju<strong>da</strong>,<br />

assume uma enorme importância e pertinência, na medi<strong>da</strong> em que permite enriquecer<br />

a argumentação que dá sustentabili<strong>da</strong>de à mu<strong>da</strong>nça. No quotidiano <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de<br />

que os processos vicariantes de instrução e modelagem são essenciais nas duas primeiras etapas,<br />

enquanto que a prática e o reforço são essenciais para o desenvolvimento <strong>da</strong>s três últimas etapas.

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