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Maria Luisa Pinto.pdf - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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upturas no modelo de organização interna e a elaboração de modelos alternativos de<br />

pensar, sentir e agir a vinculação 94 .<br />

Capítulo 3 – CONSIDERAÇÕES SOBRE O MÉTODO<br />

3.1. Objecto e objectivos<br />

O objecto <strong>do</strong> nosso estu<strong>do</strong> empírico são as relações existentes entre<br />

constrangimentos sociais e estruturas psicológicas específicas de a<strong>do</strong>lescentes<br />

originários de meios sociais altamente vulneráveis, assim como a sua relação com a<br />

emergência de comportamentos desviantes, em particular, com o consumo de drogas.<br />

Temos, por consequência, como objectivos principais na nossa investigação<br />

empírica: (i) conhecer as trajectórias de vi<strong>da</strong> de a<strong>do</strong>lescentes oriun<strong>do</strong>s de contextos<br />

familiares fortemente desestrutura<strong>do</strong>s, (ii) procurar identificar, nessas trajectórias e nas<br />

dinâmicas e processos a elas associa<strong>do</strong>s, constrangimentos sociais e psíquicos que<br />

tenham condiciona<strong>do</strong> as suas opções e influencia<strong>do</strong> os seus comportamentos<br />

desviantes, mais especificamente, o envolvimento no consumo de drogas; (iii)<br />

conhecer as percepções e significações que os jovens constroem sobre os seus<br />

próprios comportamentos. São nossos objectivos, para além disso: (iv) conhecer o<br />

impacto <strong>da</strong> iniciação precoce de consumos de substâncias psicoactivas na formação<br />

<strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes, a partir <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s que estes atribuem aos seus<br />

próprios comportamentos; (v) perceber até que ponto a iniciação precoce <strong>do</strong>s<br />

consumos de substâncias psicoactivas compromete a socialização futura,<br />

inviabilizan<strong>do</strong> a formação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de; (vi) identificar os processos sócio-psicológicos<br />

e os contextos e dinâmicas relacionais que constituíram um suporte à socialização <strong>do</strong>s<br />

a<strong>do</strong>lescentes, tenham ou não esta<strong>do</strong> sujeitos a processos terapêuticos; e, por último,<br />

(vi) compreender as potenciali<strong>da</strong>des e limites <strong>do</strong>s mo<strong>do</strong>s de funcionamento <strong>da</strong>s<br />

instituições que, responsáveis por assegurar a inserção social de a<strong>do</strong>lescentes<br />

desprovi<strong>do</strong>s de contextos familiares, constituíram alternativa aos sistemas familiares.<br />

3.2. Posicionamento meto<strong>do</strong>lógico<br />

Para concretizar os objectivos atrás defini<strong>do</strong>s, optamos, após<br />

aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong> reflexão sobre as diferentes meto<strong>do</strong>logias de investigação existentes e<br />

94 Isabel Soares, “Vinculação: Questões Teóricas, Investigação e Implicações Clínicas” op. cit., p. 61.<br />

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