LÉXICO GUARANI, DIALETO MBYÁ com informações úteis para o ...
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Léxico guaraní, dialeto mbyá 2<br />
-ague nominalizador mais flexão de tempo. Indica uma das nominalizações descritos acima num sentido<br />
passado: ooague onde ele foi. (♦Derivação: -gue 2 .)<br />
-a gui nominalizador mais posposição. Do lugar onde algo ou alguém está: xerua gui aju vim do meu pai.<br />
(♦Veja também agui, apy 2 .)<br />
-a ja nominalizador mais posposição. Enquanto, durante: anhembo'ea ja enquanto eu estudava.<br />
-a py nominalizador mais posposição. No lugar onde algo ou alguém está: aa ta xerua py vou no meu pai;<br />
aa ta xeru o a py vou aonde meu pai está. (♦Veja também agui, apy 2 .)<br />
-aty conjunto de sufixos. O sufixo –a 1 <strong>com</strong> a flexão de ação habitual ou repetida: pendeayvuaty o que<br />
vocês sempre falam. (♦Veja também aty.)<br />
-atyrã conjunto de sufixos. O sufixo –a 1 <strong>com</strong> a flexão de ação habitual ou repetida mais o sufixo do futuro:<br />
ajou pete henda ake atyrã achei um lugar onde eu iria sempre pousar.<br />
-a 2 v. i. de evento ou atividade (flexão a-). Radical supletivo, na 1 ª pessoa do singular e plural (inclusiva), de<br />
-o ‘ir’: aa fui; jaa fomos.<br />
-a 3 sufixo derivacional. Indica que não há referência a um sujeito gramatical específico; impessoal: avave rei<br />
ndouavei mais ninguém veio; no ai não tem ninguém (num determinado lugar); pav ojou porãa 'rã<br />
todos o acharam bom, foi achado bom por todos; oguerupaa todos foram trazidos. (♦Gramática: (1)<br />
Este sufixo ocorre no fim do radical predicador tipo “evento” <strong>com</strong> flexão da 3ª pessoa. “A categoria<br />
predicativa de eventos inclui ações, processos e estados” (Stassen 1997:19); em guarani mbyá, ela também<br />
inclui a localização. (2) Com certos verbos, um advérbio faz parte do radical predicador, num sentido<br />
idiomático: -jou porã ‘achar bom, aprovar’. Nessas circunstâncias, o sufixo impessoal ocorre após o advérbio:<br />
xejou porãa ‘fui aprovado’. Por uma razão não determinada, o sufixo impessoal nunca precede o advérbio -pa<br />
‘todos, <strong>com</strong>pletamente’: oguerupaa ‘todos foram trazidos’. (3) Na terminologia da lingüística geral, ele é um<br />
sufixo da voz impessoal. Ele efetua algo semelhante à voz passiva, categoria que ocorre em muitas línguas<br />
européias apenas <strong>com</strong> verbos transitivos. Verbos que aceitam este sufixo são tanto intransitivos <strong>com</strong>o<br />
transitivos, e os transitivos ainda retém o objeto direto original. Outra maneira de efetuar um sentido do<br />
passivo é <strong>com</strong> o prefixo reflexivo -je ocorrendo <strong>com</strong> certos radicais, <strong>com</strong>o também acontece em português<br />
através do elemento se: não se vê uma nuvem no céu. (4) Um verbo <strong>com</strong> este sufixo pode ainda ter um<br />
nominalizador -a 1 ou va'e: ejapo okea atyrã ‘faça um quarto [lit., ‘um lugar onde se dormirá repetidas vezes’].<br />
(4) Outro elemento que elimina referência ao sujeito é -py 2 .)<br />
-a 4 sufixo nominalizador. Ocorrendo após um radical de v. t. direto e precedido por um indicador do objeto<br />
direto, forma um nome relacional que designa o sujeito (o agente): oo apoa construtor [lit., ‘quem<br />
faz casas’], ijapoa quem está fazendo-o. (♦Derivação: PTG * ~ * ~ * ‘nominalização de<br />
agente’ (Jensen 1998:540). ♦Gramática: (1) O nome relacional assim formado é quase sempre precedido por<br />
um indicador do objeto direto, seja sintagma nominal (mymba kuery rerekoa ‘aquele que cuida dos animais’,<br />
imonda va'e rarõare ‘aquele que esperou o ladrão’), prefixo pronominal (xembo'ea ‘quem me ensina’) ou<br />
prefixo derivacional (jepejua ‘ventarola’, jopya ‘quem pega pessoas’). Nomes relacionais formados <strong>com</strong> este<br />
sufixo, que ocorrem sem indicador de posse, são raros: mondea ‘pano carregador (de nenê)’. (2) Nesta<br />
construção advérbios não ocorrem, nem outros elementos da locução predicadora além do radical de v., a não<br />
ser um radical de v. t. posposto: poryko jukaxea ‘aquele que estava querendo matar os porcos’. Nominalização<br />
que inclua outros elementos na locução predicadora utiliza o nominalizador va'e. (3) O nominalizador pode ser<br />
seguido por um sufixo de aspecto (-ty ‘repetidas vezes’) ou de tempo (-re ‘passado’, -rã ‘futuro’); veja os<br />
subverbetes em baixo. É possível ocorrerem os dois tipos de sufixo: huvixa omo nhomongeta atyrã ‘o chefe<br />
apontou um que sempre aconselhesse outras pessoas’. (4) A expressão pode ainda aceitar o marcador coletivo<br />
kuery: poryko jukaare kuery ‘os que mataram o porco’. (5) Esta construção se distingue da incorporação de<br />
um nome <strong>com</strong> um verbo, principalmente porque o indicador de posse pode ser um sintagma nominal <strong>com</strong>pleto<br />
e <strong>com</strong>umente efetua referência, enquanto isso não ocorre <strong>com</strong> a incorporação verbal em guarani (Mithun<br />
1984). ♦Semantica: Este nominalizador designa o sujeito, não o objeto, nem a ação verbal, o tempo ou o lugar.<br />
♦Veja também -a 1 , va'e.)<br />
-arã nominalizador mais flexão de tempo. O sufixo acima <strong>com</strong> a flexão do futuro: oo apoarã quem vai<br />
fazer a casa.<br />
-are nominalizador mais flexão de tempo. O sufixo acima <strong>com</strong> a flexão do passado: oo apoare quem fez a<br />
casa.<br />
-aty nominalizador mais flexão de aspecto. O sufixo acima <strong>com</strong> a flexão aspectual de ação habitual ou<br />
repetida: nhomongetaaty quem sempre aconselha outras pessoas, conselheiro.