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Carl Sagan, em "O mundo assombrado pelos demônios - Interessante

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pré-científico – move-se furtivamente uma série de idéias que são atraentes,<br />

ou pelo menos causam um modesto espanto na mente, mas que não têm sido<br />

examinadas com cuidado pelo kit de detecção de mentiras, ao menos <strong>pelos</strong><br />

seus defensores: por ex<strong>em</strong>plo, a noção de que a superfície da Terra está no<br />

interior de uma esfera, e não no exterior; ou as afirmações de que é possível<br />

levitar meditando, e de que os bailarinos e os jogadores de basquete<br />

costumam se elevar tão alto por meio da levitação; ou a proposição de que eu<br />

tenho uma coisa chamada alma, que não é feita n<strong>em</strong> de matéria, n<strong>em</strong> de<br />

energia, mas de algo diferente que não comporta nenhuma outra evidência, e<br />

de que depois da minha morte eu talvez volte para animar uma vaca ou um<br />

verme.<br />

Produtos típicos da pseudociência e da superstição – essa não é uma<br />

lista abrangente, mas apenas representativa – são a astrologia; o Triângulo<br />

das Bermudas; o Pé Grande e o monstro do lago Ness; os fantasmas; o “mauolhado”;<br />

as “auras” multicoloridas, s<strong>em</strong>elhantes a halos, que supostamente<br />

circundam a cabeça de todas as pessoas (as cores são personalizadas); a<br />

percepção extra-sensorial (ESP), o que inclui a telepatia, a precognição, a<br />

telecinésia e a “visão r<strong>em</strong>ota” de lugares distantes; a crença de que 13 é um<br />

número de “azar” (razão pela qual muitos hotéis e edifícios comerciais na<br />

América do Norte passam diretamente do 12º. para o 14º. andar – por que<br />

correr o risco?); estátuas que sangram; a convicção de que andar com uma<br />

pata de coelho traz boa sorte; as varinhas divinatórias, a rabdomancia e a<br />

hidroscopia; a “comunicação facilitada” no autismo; a crença de que as<br />

lâminas de barbear ficam mais afiadas quando mantidas dentro de pequenas<br />

pirâmides de papelão, e outros dogmas da “piramidologia”; os telefon<strong>em</strong>as<br />

dos mortos (nenhum deles a cobrar); as profecias de Nostradamus; a alegada<br />

descoberta de que platelmintos não treinados consegu<strong>em</strong> aprender uma<br />

tarefa comendo os restos moídos de outros platelmintos mais b<strong>em</strong> educados;<br />

a noção de que o número de crimes aumenta com a lua cheia; a quiromancia;<br />

a numerologia e a criptologia; os cometas, as folhas do chá e os partos de<br />

seres “monstruosos” como prodígios que anunciam eventos futuros (além de<br />

divinações correntes <strong>em</strong> épocas mais primitivas, realizadas pela observação<br />

das entranhas, da fumaça, das formas das chamas, das sombras e dos<br />

excr<strong>em</strong>entos; pela escuta de estômagos borbulhantes e até, durante um breve<br />

período, pelo exame das tábuas de logaritmos); a “fotografia” de eventos<br />

passados, como a crucificação de Jesus; um elefante russo que fala<br />

fluent<strong>em</strong>ente; “sensitivos” que, depois de ter<strong>em</strong> os olhos cuidadosamente<br />

vendados, lê<strong>em</strong> livros com as pontas dos dedos; Edgar Cayce (que predisse<br />

que, nos anos 60, o continente “perdido” de Atlântida “apareceria”) e outros<br />

“profetas”, adormecidos e acordados; a charlatanice das dietas; as<br />

experiências fora-do-corpo (por ex<strong>em</strong>plo, a quase-morte) interpretadas como

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