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Carl Sagan, em "O mundo assombrado pelos demônios - Interessante

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Philip Klass, há muito t<strong>em</strong>po cético <strong>em</strong> relação aos UFOs e dedicado<br />

a seu estudo, revelou uma carta secreta, mais tarde divulgada ao público,<br />

datada de 27 de julho de 1948, um ano depois do “incidente” <strong>em</strong> Roswell,<br />

escrita pelo general-de-divisão C. B. Cabell – então diretor do Serviço Secreto<br />

da Força Aérea dos Estados Unidos (e mais tarde, já como funcionário da<br />

CIA, figura capital na frustrada invasão norte-americana da Baía dos Porcos,<br />

<strong>em</strong> Cuba). Cabell perguntava àqueles que lhe passavam as informações o que<br />

seriam os UFOs. Ele não tinha a menor idéia. Numa resposta sucinta de 11 de<br />

outubro de 1948, que incluía explicitamente as informações <strong>em</strong> poder do<br />

Comando de Equipamento Aéreo, v<strong>em</strong>os o diretor do Serviço Secreto ser<br />

informado de que ninguém na Força Aérea tampouco fazia idéia. Isso torna<br />

muito improvável que os fragmentos e os ocupantes dos UFOs tenham sido<br />

levados a Wright-Patterson no ano anterior.<br />

A maior preocupação da Força Aérea era que os UFOs foss<strong>em</strong><br />

russos. A razão de os russos estar<strong>em</strong> testando discos voadores sobre os<br />

Estados Unidos era um enigma para o qual se apresentavam as quatro<br />

respostas seguintes: “(1) Para anular a confiança norte-americana na bomba<br />

atômica como a arma mais avançada e decisiva da guerra. (2) Para executar<br />

missões de reconhecimento fotográfico. (3) Para testar as defesas aéreas norteamericanas.<br />

(4) Para realizar vôos de familiarização [para bombardeiros<br />

estratégicos] sobre o território dos Estados Unidos”. Sab<strong>em</strong>os agora que os<br />

UFOs não eram, n<strong>em</strong> são russos, e que, por maior que tenha sido o interesse<br />

soviético <strong>pelos</strong> objetivos de (1) a (4), não foi com discos voadores que eles<br />

procuraram alcançá-los.<br />

Grande parte da evidência relativa ao “incidente” de Roswell parece<br />

apontar para um grupo de balões secretos de alta altitude, lançados talvez do<br />

vizinho Campo de Aviação do Exército Alamogordo ou do Campo de Provas<br />

White Sands, que caíram perto de Roswell; os destroços dos instrumentos<br />

secretos teriam sido recolhidos apressadamente por militares sérios, e as<br />

primeiras reportagens anunciaram que se tratava de uma espaçonave de<br />

outro planeta (“RAAF captura disco voador <strong>em</strong> rancho na região de<br />

Roswell”). Diversas l<strong>em</strong>branças se conservaram <strong>em</strong> banho-maria durante<br />

anos, sendo refrescadas pela oportunidade de um pouco de fama e fortuna.<br />

(Dois museus de UFOs <strong>em</strong> Roswell são pontos turísticos importantes.)<br />

Um relatório de 1994, encomendado pelo secretário da Força Aérea e<br />

pelo Departamento de Defesa <strong>em</strong> resposta às alfinetadas de um deputado do<br />

Novo México, identifica os destroços de Roswell como restos de um sist<strong>em</strong>a<br />

de detecção acústica de baixa freqüência e longo alcance, altamente secreto e<br />

transportado <strong>em</strong> balão, chamado Projeto Mogul – uma tentativa de captar as<br />

explosões de armas nucleares soviéticas <strong>em</strong> altitudes da tropopausa na<br />

América do Norte. Os investigadores da Força Aérea, ao esquadrinhar

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